Enquanto intensifica a cobrança de metas aos empregados e eleva as taxas de juros e tarifas cobradas aos clientes, os bancos em operação no país elevam os lucros a níveis astronômicos. O balanço chegou à marca dos R$ 138 bilhões nos 12 meses encerrados em junho.
Diferentemente dos brasileiros, mergulhados em dívidas, resultado do arrocho imposto pela agenda ultraliberal do governo Bolsonaro, o cenário para as organizações financeiras nunca foi tão bom. Para se ter ideia, o lucro verificado entre junho de 2021 e junho deste ano é 20% maior do que o observado nos 12 meses finalizados em junho de 2021.
Os dados do Banco Central mostram que a rentabilidade do setor segue estabilizada e já se aproxima dos níveis pré-pandemia de Covid-19. O ROE (Retorno Sobre Patrimônio Líquido) do sistema financeiro atingiu 15,1% no mesmo período, a mesma taxa registrada em dezembro de 2021.
O balanço positivo não impede os bancos de adotarem medidas prejudiciais aos bancários e à população. De 2013 a 2021, o setor cortou 77 mil postos de trabalho, o que representa uma redução de 15% no quadro de pessoal. Quer dizer, é mais gente desempregada.
Paralelamente, as empresas fecham agências para investir em atendimento virtual, aumentando a exclusão do setor bancário, já que milhões de brasileiros não têm acesso à internet ou preferem atendimento humanizado. No período, quase 5 mil unidades tiveram as atividades encerradas no país.