Luis Nassif entrevista Sérgio Rosa e Francisco Alexandre sobre a Previ
18/02/2025
Ex-presidente da Previ e ex-diretor de Administração da entidade participam, nesta segunda-feira (17), do TVGGN 20 Horas, programa ao vivo, no YouTube
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O jornalista Luis Nassif, autor do artigo "A postura curiosa do TCU com a Previ", receberá na edição do programa diário TVGGN 20 Horas desta segunda (17) Sérgio Rosa, ex-presidente e ex-diretor de Participações da Previ, e Francisco Alexandre, que foi diretor de Administração da Previ, no período em que a entidade atravessou a crise global causada pelo subprime nos EUA.
Rosa e Alexandre, que também são funcionários aposentados do Banco do Brasil, iniciarão sua participação no programa de entrevistas a partir das 20h30, para abordar os modelos de gestão e auditorias do fundo de pensão dos funcionários do BB.
Entenda
Nas últimas semanas, trabalhadores e entidades que representam o setor de fundos de pensão fechados entraram em alerta por conta de uma movimentação um tanto estranha do Tribunal de Contas da União, o TCU.
Isso porque o órgão aprovou uma auditoria da caixa de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), fugindo totalmente da sua competência, uma vez que o TCU é instituído para fiscalizar dinheiro público, enquanto os recursos da Previ são privados e pertencem aos trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil. Além disso, a Previ já é submetida a mecanismos de controle e auditorias, internas e externas, por órgãos como a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central.
Outro ponto que, desta vez, mostra falha na capacidade técnica do Tribunal é a decisão em analisar os resultados do Plano 1, da Previ, num período de 2024, justamente quando aplicações da entidade sofreram o impacto do mercado financeiro. Porém, resultados parciais, ou seja, de janeiro a novembro, e divulgados pelo diretor de Administração da Previ, Márcio de Souza, mostram que houve um superávit de R$ R$ 529 milhões.
O resultado-final, de 2024, será divulgado oficialmente, como de praxe, pela Previ em março.
A Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde (Anapar) foi uma das primeiras entidades a divulgar uma nota de repúdio pela ação do TCU. "A ANAPAR destaca que a rentabilidade dos fundos de pensão deve ser analisada sob uma perspectiva de longo prazo, dado que seus investimentos seguem ciclos prolongados de formação de reservas e gestão previdenciária. Avaliações focadas apenas no curto prazo podem distorcer a percepção sobre a solidez do sistema", alertou.
A Previc, entidade que regulamenta o setor, também se pronunciou em nota, onde esclareceu que as políticas de investimento dos fundos de pensão fechados estão vinculadas a política própria de investimentos de cada entidade, e que a política de investimento tradicionalmente praticada pela Previ é inclusive semelhante às praticadas por fundos de pensão no mundo.
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, também se manifestou em sua conta particular de rede social, afirmando que a auditoria do TCU na Previ “viola autonomia das entidades de previdência complementar, rouba a competência da Previ e distorce a realidade do setor”.
Em artigo recente, o jornalista Luis Nassif apontou que "uma análise séria da carteira da Previ teria demonstrado claramente as oscilações devido ao peso da Vale em seus investimentos. O TCU limitou-se a separar o período de queda e atribuir a irregularidades”. Portanto, é possível que o problema não esteja nem em auditar ou não a Previ, mas sim usar o nome da entidade dos trabalhadores do Banco do Brasil, para um suposto ataque político usando a velha batalha das narrativas.
Fonte: Contraf-CUT