Na retomada da mesa temática de saúde, Fenaban se recusa a negociar metas
28/03/2011 - Por Bancários CGR
A Fenaban se recusou a discutir as metas com a Contraf-CUT, federações e  sindicatos na retomada da Mesa Temática de Saúde do Trabalhador, nesta  sexta-feira, dia 25, em São Paulo. Os bancários também propuseram  debater a reabilitação profissional, mas faltou tempo e o tema foi  remetido para a próxima reunião, a ser realizada no início do mês de  maio.
 
 Fim das metas abusivas
 
 "Desde 2009, consta na pauta de reivindicações dos bancários uma  proposta de negociação sobre a estipulação e gestão das metas", destaca o  secretário de saúde do trabalhador da Contraf-CUT, Plínio Pavão. "Em  contato com os trabalhadores, as entidades sindicais recebem diariamente  reclamações e denúncias sobre a forma como as metas são estabelecidas  pelos bancos, muito além da capacidade dos bancários e, muitas vezes,  sem levar em consideração as características do mercado local, situação  que por si só já gera sofrimento aos funcionários", salienta. 
 
 Plínio explica que "o problema não para por aí". Segundo ele,  "normalmente os métodos utilizados para forçar os trabalhadores a  cumprirem essas metas atentam contra a dignidade humana, comprometendo a  autoestima e a saúde mental das pessoas. Essas práticas se caracterizam  como assédio moral e outras formas de violência organizacional",  ressalta.
 
 Na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de 2010/2011, os bancários  conquistaram a inclusão da cláusula 50ª, que prevê a adesão voluntária  ao protocolo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho. Muitos  sindicatos e diversos bancos já assinaram um acordo coletivo de  trabalho aditivo. "O objetivo é prevenir o assédio e outras formas de  violência, por meio de canal de denúncias, as quais devem ser  encaminhadas aos bancos pelas entidades sindicais e apuradas no prazo de  até 60 dias", destaca o diretor da Contraf-CUT. 
 
 "Os representantes das entidades sindicais argumentaram que essa  cláusula de combate ao assédio moral é um instrumento muito importante,  mas isoladamente, ainda que possa coibir muitas práticas, não terá  caráter preventivo como se propõe se não for complementado com outra  cláusula que estipule limites e normas mínimos para sua definição e  aplicação", alerta Plínio.
 
 Os bancos, em que pese terem sinalizado na negociação da Campanha  Nacional de 2010 que aceitariam debater o problema das metas, alegaram  mais uma vez que isso é política de cada instituição e que eles têm o  direito de geri-las de acordo com suas conveniências. "Diante da posição  da representação patronal, os trabalhadores manifestaram a sua  insatisfação e afirmaram que a reivindicação não será retirada da  pauta", enfatiza o dirigente da Contraf-CUT.
 
 Programa de Reabilitação Profissional 
 
 Em 2009, os bancários conquistaram a cláusula 41ª que trata da  reabilitação. Conforme o texto, "s bancos poderão instituir o Programa  de Reabilitação Profissional, cujo objetivo é assegurar, através de  equipe multiprofissional, condições para a manutenção ou a reinserção do  empregado no trabalho, após o diagnóstico de patologia, de origem  ocupacional ou não, que tenha comprometido sua capacidade laborativa".
 
 "Essa cláusula cria parâmetros para a implantação de programa de  reabilitação pelos bancos, com o intuito de reinserir trabalhadores com  seqüelas por acidentes ou doenças de qualquer natureza ou remanejar o  bancário de posto de trabalho, de forma preventiva, aos primeiros sinais  identificados como sintomas de alguma patologia relacionada ao  trabalho", destaca Plínio. 
 Entretanto, a cláusula não obriga os bancos, nem tampouco estabelece que  caso a empresa queira aderir ao programa deva assinar algum instrumento  com os sindicatos. 
 
 "O que tem ocorrido na prática é que muitos bancos alegam já terem  implantado programas com esse objetivo, mas não dão qualquer informação  aos sindicatos e o que se vê, na realidade, em muitos bancos, são  trabalhadores voltando com limitações e sendo colocados para trabalhar  em locais inadequados, sem nenhum tipo de acompanhamento ou restrição  para realização das tarefas", denuncia Plínio.
 
 "Esperamos aprofundar o debate sobre reabilitação na próxima reunião da  mesa temática, em maio, buscando avanços para a saúde dos  trabalhadores", conclui o dirigente da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT

