Negociações sobre emprego começam no dia 8
22/10/2010 - Por Bancários CGR
Mas a quantidade de serviço não caiu. Os bancários são obrigados a dar conta das mais diversas atividades e, além do atendimento aos clientes, vender produtos para superar as metas estabelecidas pelas empresas.
Para dar ideia desse quadro, basta dizer que o número de funcionários por agência, que era de 33 no início da década de 1990, chegou a 2008 em 24. Ou pior: em 1993 cada bancário era responsável por 67 contas correntes e no final dos anos 2000 cuida de 274, uma variação de mais de 300%.
Bancos lucram muito. Enquanto os bancários adoecem pelo ritmo estressante do trabalho e os clientes se sentem mal atendidos e desrespeitados diante das imensas filas que são obrigados a enfrentar. O setor que mais acumula riqueza no Brasil tem de contratar mais bancários e tem plenas condições de fazer isso. Apenas o que os clientes pagam com tarifas cobre 130% das despesas com pessoal. Ou seja, dá e sobra.
Esses temas estarão em pauta na terceira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2010, que acontece na quarta 8 e quinta 9 em São Paulo.
Terceirização É importante ressaltar que muita coisa que os bancários faziam é hoje tarefa dos funcionários das empresas terceirizadas. Essas empresas são contratadas pelos bancos ou até mantidas por eles para fazer trabalho eminentemente bancário. Mas pagam aos seus funcionários salários menores, os direitos são rebaixados e as condições de trabalho muito ruins.
Pisos Outra reivindicação fundamental em 2010 é pelo aumento dos pisos salariais. Com pisos maiores, a rotatividade, que é um mal do setor, pode cair.
Para economizar, os bancos dispensam trabalhadores que ganham salários maiores e contratam pelo piso. É preciso lembrar que os novos contratados recebem salários cerca de 40% menores que os trabalhadores dispensados. Os bancos podem e devem mudar de postura. É inadmissível que um setor tão lucrativo mantenha práticas como essas.