PanAmericano teve R$ 100 milhões desviados por executivos do banco
27/10/2011 - Por Bancários CGR
Os executivos do PanAmericano, responsáveis pelo rombo de R$ 4,3 bilhões, desviaram mais que R$ 100 milhões - 2,3% do valor total do rombo. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
A maior parte do buraco foi resultado do efeito "bola de neve" da má administração e das sucessivas fraudes com a venda de financiamentos para encobri-la.
Boa parte do dinheiro desviado foi embolsada pelos executivos e o restante virou caixa dois, que, entre diversos destinos, financiou campanhas políticas.
É o que mostra a troca de e-mails entre os principais executivos do banco interceptados pela Polícia Federal e também o resultado de uma auditoria interna feita no banco a pedido da nova direção do PanAmericano, que adotou a política de "tolerância zero" com os envolvidos para recuperar a credibilidade da instituição.
A cifra de R$ 100 milhões inclui o pagamento de bônus feitos pela empresa de cartão de crédito do PanAmericano aos executivos no período entre 2008 e 2010.
Também considera o pagamento de bônus pelo próprio banco -que fez os cálculos com base em resultados de desempenho "inflados"- e o pagamento de "consultorias" prestadas pelos mesmos executivos à instituição.
Para pagar menos imposto, esses dirigentes emitiram notas fiscais em nome de empresas que pertenciam a eles mesmos. Isso porque na pessoa jurídica se pagam 15% de Imposto de Renda sobre o valor total recebido, e, na pessoa física, 27,5%.
Os auditores e especialistas que vasculharam as contas do PanAmericano não sabem o que os executivos fizeram com esse dinheiro, considerado pouco perto do total do rombo.
A Folha apurou que a Polícia Federal tem evidências de que boa parte desse dinheiro foi usada para financiar campanhas de políticos.
Entre elas estão e-mails trocados entre alguns diretores do banco, o ex-diretor financeiro Wilson Roberto De Aro e o ex-presidente Rafael Palladino.
Procurado, Rafael Palladino não respondeu até o fechamento desta edição. Wilson De Aro não quis comentar.
Fonte: Contraf-CUT com Folha de S.Paulo