Participação nos lucros: trabalhadores querem receber mais

18/02/2009 - Por Bancários CGR

Começam a ser anunciados balanços dos bancos e fica evidente: regra da PLR tem que mudar

O anúncio do lucro do Bradesco, segundo maior banco privado do país, abriu a temporada de divulgação dos balanços das instituições financeiras em 2008. De cara e apesar da tão apregoada crise financeira, o resultado é estrondoso: lucro líquido de R$ 7,620 bilhões, crescimento de 5,8% em relação a 2007. No Santander, lucro líquido de 2,8 bilhões de reais, crescimento de 3,7% se comparado ao ano anterior.

Diante de tal resultado e de acordo com o que foi conquistado pela Campanha Nacional, os bancários do Bradesco têm direito ao pagamento de 2,2 salários a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), com teto de R$ 13.862. Até a campanha passada, os bancários tinham direito a no máximo dois salários, de acordo com a regra básica. Na sexta-feira, dia 6, receberam a segunda parcela, descontados os valores creditados no ano passado, que correspondeu a 45% do salário mais R$ 483.

Se por um lado os bancários do Bradesco receberam o teto da regra básica da PLR, ou seja, os 2,2 salários, por outro, o valor adicional não chegou a R$ 200, já que está condicionado à proporção de crescimento do lucro.

Acionistas – No Santander, o Sindicato quer negociar os critérios para o pagamento da PLR, já que o banco divulgou dois balanços: um contábil e outro gerencial. Uma das possibilidades, para o Sindicato, é que o Santander distribua entre os trabalhadores a PLR na mesma proporção dos dividendos pagos aos acionistas.

“O Bradesco é um exemplo de como a atual regra da PLR é injusta. O lucro cresceu, o banco está melhor e foram os bancários que fizeram esse resultado. Por isso temos que mudar a regra ainda no início deste ano para que uma parte maior do lucro seja distribuída aos trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato.

“Queremos negociar novos parâmetros para o pagamento da participação dos bancários nos resultados dos bancos. Por que não pagar de acordo com a receita de prestação de serviços, onde estão as famosas tarifas, oriundas eminentemente do trabalho do bancário”, destaca o presidente do Sindicato. Para ter uma idéia, entre 2006 e 2007 a arrecadação com tarifas cresceu de R$ 41,9 bi para R$ 48,8 bi, aumento de 16,47%.

“Ao longo do mês de fevereiro serão divulgados os balanços de outros bancos e o Sindicato vai entrar em contato com as direções dessas instituições para dar início a um debate que leve a uma distribuição mais justa do lucro entre os trabalhadores desde já, ainda em relação a 2008, e para o ano de 2009”, completa.

 

Fonte: Seeb-SP

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