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População paga conta alta pelos lucros bilionários dos bancos

28/08/2019 - Por Bancários CGR

Idec mostra que tarifas bancárias cresceram 89% em dois anos
 

Não são só os bancários que pagam com seus direitos e com a sobrecarga de trabalho os lucros bilionários dos bancos que crescem ano após ano. Toda a população acaba arcando com gastos mensais para manter suas contas bancárias. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostrou que em dois anos os preços de 70 pacotes de serviços ofertados pelos bancos subiram em média 14%, enquanto a inflação do período foi de 7,5%.

Dados do aplicativo de controle de finanças pessoais Guiabolso com os seus 5,6 milhões de usuários mostrou que 45% deles pagaram para manter a sua conta no banco em junho deste ano — o que saiu em média por R$ 36,88.

“Infelizmente falta regulação para controlar o reajuste desses preços e com a pouca concorrência no setor bancário, eles cobram o que querem. Mas contribui também uma desinformação do consumidor sobre os seus direitos e a falta de controle de seus gastos”, afirmou Ione Amorim, economista do Idec e responsável pelo estudo.

Quando analisadas as tarifas avulsas, entre os 20 principais serviços mais utilizados pelos consumidores, também foram encontrados aumentos acima do esperado. Com exceção do Itaú, que reajustou sete tarifas (35% do total) acima da inflação, todos os bancos tiveram mais da metade dos seus serviços reajustados acima do índice. Foram encontrados 50 serviços com reajustes entre 10% e 89%, este último 12 vezes a mais que a inflação do período. Fazer uma retirada usando um cartão de crédito ficou mais caro também no Bradesco (60%, de R$ 10 para R$ 16) e na Caixa (69%, de R$ 6,50 para R$ 11).

Pacotes

Segundo a pesquisa, o maior reajuste aplicado entre os pacotes de tarifas foi o do Classic 2 do Bradesco, de 50% – passando de R$ 28 em 2017 para R$ 41,90 este ano.

Entre as maiores altas, o Idec identificou ainda reajustes de 46% no pacote Super Caixa, da Caixa; de 16% nos pacotes Cesta Básica e Padronizados II e IV, do Santander; de 17% no Itaú 3.0; e de 14% no Personalizado I, do Banco do Brasil.

Opções

O Banco Central, que regula o setor bancário, obriga os bancos a oferecerem uma conta de serviços essenciais gratuita, mas pouca gente sabe disso e acaba gastando mais do que o necessário. Segundo um levantamento do Guiabolso, 99% dos usuários ativos do aplicativo não usavam tudo que pagavam da cesta de produtos oferecida pelos bancos. E poderiam economizar, em média, cerca de R$ 500 reais por ano em tarifas.

“Muita gente nem sabe o quanto paga ou o que tem direito com os pacotes. Fizemos a pesquisa e mandamos um alerta no início do ano para ver onde a pessoa poderia economizar. Como resultado, 15% passou a pagar menos ou deixou de pagar as manutenções bancárias. E 14% passou a não pagar mais nada”, afirmou Julio Duran, diretor de produto e tecnologia do Guiabolso.

Como analisar a melhor opção de pacote de serviços?

O recomendado é a analisar o que se consome de serviços bancários por mês e ver o que vale mais a pena: contratar um pacote ou pagar pelos serviços avulsos. Em alguns casos, principalmente para quem precisa fazer muitas transferências entre bancos diferentes e muitos saques, pode sim valer a pena pagar por um pacote de serviços. Mas é preciso escolher o que se ajusta mais ao seu perfil de consumo.

Os bancos são obrigados a divulgar o extrato anual de tarifas, que mostra o que cada cliente consumiu de serviços bancários até o dia 28 de fevereiro de cada ano. Com ele, pode-se ter uma ideia da quantidade de saques, transferências, cheques, extratos entre outros serviços necessários. Os bancos também oferecem em seus aplicativos, sites e terminais a opção de consultar extratos e a consulta de sua oferta de pacotes, com o que oferecem e valores — que variam de R$ 7 a R$ 80.

Fonte: Contraf-CUT

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