Por que a reforma da Previdência vai tirar dinheiro dos pobres e dar aos ricos
16/08/2019 - Por Bancários CGR
Em vídeo curto, especialista afirma que a proposta do governo está muito longe de combater os privilégios, irá concentrar renda nas mãos dos mais ricos e poderá induzir a redução do PIB
A proposta de emenda à constituição 6/2019, conhecida como reforma da Previdência, irá aumentar as desigualdades do sistema previdenciário e concentrar a renda nas mãos dos mais ricos. A afirmação é do ex-diretor eleito da Previ Francisco Alexandre, que também foi presidente da BRF Previdência, o fundo de pensão dos funcionários da BR Foods.
Em vídeo curto publicado no YouTube, ele afirma que 80% da economia planejada pelo governo será feita sobre as aposentadorias dos trabalhadores da iniciativa privada e de quem ganha até dois salários mínimos.
“A reforma tira dinheiro de trabalhadores, de contribuintes, para pagar contas e dívidas do governo. Quem empresta ao governo? O sistema financeiro nacional. Então ela irá tirar dinheiro da classe mais pobre, diminuindo os benefícios, e no final irá para quem tem mais. É um modelo que concentra renda e, no longo prazo, poderá induzir a redução do PIB ao triar dinheiro de quem mais consome: o pessoal que consome até um salário mínimo”, afirma Alexandre.
Ele ressalta que a reforma da Previdência será ainda mais cruel com as viúvas, que poderão receber pensões menores do que o salário mínimo.
“Não se pode dizer que uma pessoa que ganha dois salários mínimos é privilegiada. As pessoas que entram nas regras de transição praticamente não atingirão os benefícios antes dos 60 anos, ou antes de 40 anos de trabalho. Quando fazemos as contas do que é a reforma, nenhum trabalhador atingirá o 100%, porque o histórico mostra que 65% das pessoas que se aposentam o fazem por idade, aos 65 anos. E por que eles se aposentam por idade? Porque não atingem sequer os 15 anos de trabalho para se aposentar por tempo de contribuição”, acrescenta Alexandre.