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Práticas antissindicais do Santander Brasil chegam à direção do banco na Espanha
06/11/2024
Trabalhadores de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Peru protocolaram documento com denúncias em reunião realizada em Madri, nessa terça
Práticas antissindicais, contratação fraudulenta de mão de obra mal disfarçada de terceirização, demissões, fechamento de agências, redução de postos de trabalho. O pacote de maldades do Santander foi oficialmente denunciado à direção do banco na Espanha por dirigentes sindicais de Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Peru. A reunião com representantes da matriz da instituição financeira foi realizada na Cidade Santander Boadilla Delmonte, na manhã da terça-feira (5).
O sindicato global UNI Finanças apresentou à direção do banco uma proposta de criação de um grupo de trabalho para elaborar um protocolo de relações entre a empresa e os sindicatos da América do Sul. O Santander ficou de analisar e dar uma resposta.
Foi discutido a má relação que o banco está mantendo com os sindicatos, relatou o chefe de departamentos da UNI Finanças Global, Angelo Di Cristo. “Propusemos um protocolo de relações sindicais porque cremos que o diálogo é o melhor para solucionar os problemas. Sem diálogo não se pode chegar a nada. Esperamos poder seguir em reuniões com o banco para fazer esse protocolo de vital importância para os trabalhadores, para os sindicatos e para o banco Santander na América Latina.”
O diretor regional da UNI América Finanças, Guillermo Maffeo, reforça que a situação é muito grave. “Nós, como dirigentes sindicais, informamos ao banco sobre a necessidade de acabar com esse tipo de conduta e retomarmos o diálogo”, disse Maffeo.
Foi protocolado um documento sobre toda essa situação junto à direção do banco, em Madri. Tudo, reconhecido pelo Ministério Público do Trabalho como práticas antissindicais por parte do Santander no Brasil.
Cabesp e Banesprev
No caso do Brasil, a direção do Santander na Espanha ouviu também denúncias sobre o desrespeito do banco aos estatutos do fundo de seguridade social (Banesprev) e da caixa de assistência em saúde (Cabesp) dos trabalhadores oriundos do Banespa, comprado pelo Santander em 2000. O Santander está desrespeitando inclusive determinações judiciais relativas aos direitos dos trabalhadores tanta na Banesprev quanto na Cabesp”, denuncia Rita Berlofa que também é dirigente da Afubesp, a associação de funcionários do Banespa.
“O Santander segrega os diretores eleitos e sonega informações necessárias para que possam bem executar o seu papel.”
Além disso, o Santander Brasil ameaça os trabalhadores com a retirada de patrocínio por parte do banco tanto no Banesprev quanto na Cabesp.
“Esperamos que a situação se normalize, que possamos voltar ao diálogo e que os conflitos sejam resolvidos pela via negocial e não pela via jurídica”, diz Rita Berlofa.
Fonte: Seeb-CGR com informações da Contraf-CUT