Presidente do BC cobra spread menor da Febraban
09/01/2009 - Por Bancários CGR
Segundo Henrique Meirelles, os valores cobrados pelos bancos se descolaram da trajetória dos juros futuros pela primeira vez na história.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cobrou dos bancos privados a redução dos spreads, nesta quarta-feira, dia 7. Segundo ele, os valores cobrados pelos bancos se descolaram da trajetória dos juros futuros pela primeira vez na história. A cobrança do presidente do BC foi uma resposta ao pedido do representante da Febraban, Marcio Cypriano, para que o governo reduza a taxa básica de juros Selic.
Vamos falar seriamente, o problema não é a Selic, é o spread bancário, disse Meirelles, em resposta à demanda da Febraban, feita durante uma reunião com líderes empresariais e representantes do governo. O representante das indústrias de máquinas e equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, comentou que um pedido de representante dos bancos para baixar juros é, na sua opinião, um milagre.
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, José de Freitas Mascarenhas, disse que o maior problema no Brasil, hoje, não é a Selic, mas os spreads bancários.
A redução dos spreads (diferença entre a taxa de captação e a cobrada pelos bancos nos empréstimos) é uma antiga reivindicação dos bancários para favorecer toda a sociedade e contribuir com o desenvolvimento do país.
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, diz que, apesar de o Banco Central não ter subido a taxa Selic desde setembro, os spreads bancários aumentaram significativamente nesses últimos meses, com o agravamento da crise.
Só em outubro, segundo números do Banco Central, o spread cobrado em todas as operações de crédito aumentou para 36,26%, 1,96 ponto percentual acima do registrado em setembro. O governo precisa criar regras para garantir a participação dos bancos no esforço para superar a crise internacional. A redução do spread bancário é uma das muitas medidas que poderiam demonstrar a boa vontade do setor financeiro em participar do debate. Não é possível apostar no crescimento do país com um setor abocanhando praticamente tudo que os outros setores da sociedade produzem, comenta Marcolino.
Fonte: Seeb SP