Previ divulga Cassi Essencial, plano sem viabilidade técnica e financeira
15/09/2021 - Por Bancários CGR
“É uma grande irresponsabilidade da Previ fazer propaganda de um plano de saúde sem viabilidade técnica e financeira”, lamentou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Já mostramos, em vários artigos, baseados no próprio contrato de adesão ao Cassi Essencial, que o plano criado pela atual diretoria e conselheiros da Cassi resultará no esvaziamento e prejuízos em médio prazo para toda a Caixa de Assistência dos Funcionários do BB”, completou.
Lançado em junho, o plano é oferecido não apenas para os familiares, mas também para os próprios funcionários da ativa e aposentados do BB, criando, assim, uma porta de saída dos trabalhadores que estão no Plano Associados em direção ao novo plano.
“Acontece que, enquanto o Plano Associados é pautado pelo princípio de solidariedade e isonomia, onde os mais jovens ajudam a custear os mais velhos e o Banco do Brasil ajuda a arcar com as despesas, o Cassi Essencial, pelo contrário, funciona como um plano de mercado e sem a coparticipação do BB”, explicou o coordenador da CEBB.
Fukunaga destacou que, quanto mais funcionários do BB o novo plano atrair, mais fraco ficará todo o sistema da Cassi, que hoje é, a maior entidade de saúde de autogestão do país.
Como isca para atrair os trabalhadores, a Cassi dividiu o Brasil em doze regiões para vender o Cassi Essencial com preços regionalizados. “Quando adquire o plano, o trabalhador tem a impressão de estar pagando menos. Entretanto, além do valor mensal, todas as vezes que precisar de uma internação dentro da região contratual, o participante terá que desembolsar uma franquia de R$ 250. E, quando precisar de atendimento fora da região contratual, a franquia será de R$ 350”, alertou Fukunaga.
Publicidade enganosa?
Além de divulgar notas em favor do Cassi Essencial, o site oficial da Previ divulgou uma informação que induz a confusão sobre o custo real para o bolso dos participantes: “(…) tanto o atendimento nas CliniCassi quanto via telemedicina estão incluídos no valor da mensalidade: não geram coparticipação!”.
De fato, não há cobrança a mais pelo uso do atendimento não presencial e nas CliniCassi. Mas, o plano possui, sim, coparticipação de 40% sobre os atendimentos realizados fora da região contratual estabelecida no contrato de adesão e de 30% para os atendimentos dentro da região contratual, ao contrário do Plano Associados e dos planos Família I e Família II, que não têm esse tipo de taxa de coparticipação.
Em uma live, realizada em julho para defender o Cassi Essencial, o próprio diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Carlos Emílio Flesch, admitiu que o plano poderá se tornar mais caro para o bolso dos contratantes, conforme a necessidade de utilização.
Também vale destacar que os participantes de localidades onde não tiver uma CliniCassi estarão mais sujeitos à falta de cobertura da Cassi, caso optem pelo Essencial, isso porque o novo plano nasceu com uma rede bem menor de hospitais e clínicas credenciadas.
Em Brasília, a rede chega a ser 78% menor, em Alagoas, 50% e no Rio de Janeiro, 32%. Em todo o país, em média, os participantes que aderirem ao Cassi Essencial terão uma estrutura de atendimento 22% menor do que os participantes dos outros planos da Cassi.
Fonte: Contraf-CUT