Reclamações contra bancos crescem 40%. Santander lidera alta, diz BC
25/07/2011 - Por Bancários CGR
As queixas contra os principais bancos do País aumentaram 40% entre  janeiro e junho comparado com o primeiro semestre de 2010. Os dados do  Banco Central indicam que as reclamações - em que foram constatadas o  descumprimento de normativos do Conselho Monetário Nacional ou do BC -  contra o sistema financeiro voltaram a crescer após dois anos de queda.
 
 Neste primeiro semestre, a média mensal de reclamações foi de 790 ante  564 nos primeiros seis meses de 2010. Vale lembrar que a quantidade de  clientes avançou 7% no período. Para a Federação Brasileira de Bancos  (Febraban), o aumento da base de correntistas contribuiu para parte da  alta no volume de reclamações.
 
 Entre os principais bancos do País, o Santander foi o que teve maior  aumento de reclamações. No período, as queixas aumentaram 240%. Em  seguida, aparecem Itaú (alta de 81%), Bradesco ( 22%) e Caixa Econômica  Federal (20%). Há quem esteja na contramão: caíram as reclamações contra  Banco do Brasil (recuo de 12%) e HSBC (-15%).
 
 Pelos dados do BC, também é possível identificar quais as principais  queixas dos consumidores. A reclamação mais recorrente é sobre débitos  não autorizados ( 20,2%). Em seguida, estão serviços não contratados  (10,1%), esclarecimentos incompletos (9,7%) e descumprimento de prazos  (9,3%). Por fim, estão as operações não reconhecidas (6,2%).
 
 O diretor da ouvidoria da Febraban, Francisco Calazans, diz que o motivo  de os bancos estarem entre os mais reclamados é simples: "A relação  entre o correntista e o banco é muito, muito próxima. Sem contar que,  agora, os clientes são cada vez mais exigentes e sabem que podem  reclamar. Esses dois fatores nos colocam mais para o alto do ranking",  comenta o executivo.
 
 No Procon de São Paulo, a queixa mais comum contra os bancos é em relação às transações eletrônicas não reconhecidas.
 
 "O consumidor não reconhece o saque que foi feito na conta, uma  transferência, ou um pagamento, por exemplo", diz Renata Reis,  especialista do órgão. Outra queixa recorrente é sobre cobrança  equivocada de alguma tarifa. Antes de buscar ajuda no órgão, 80% dos  consumidores tentam uma solução diretamente com a empresa.
 
 Para Renata, apesar do avanço tecnológico dos bancos, alguns clientes  ainda têm dificuldade de fiscalizar diariamente se houve alguma  movimentação irregular na conta. "A inclusão digital não é total no  País. Os bancos disponibilizarem as informações na internet, mas existem  consumidores que têm problemas para acessá-las", explica a  especialista.
 
 Caminho
 
 Ao receber a reclamação do consumidor, o órgão envia uma carta  preliminar para a empresa que tem a oportunidade de explicar o problema.
 
 Se não houver uma solução por esse caminho, é aberto um processo  administrativo que pode fazer com que a companhia seja autuada.
Fonte: Contraf-CUT com Luiz Guilherme-Robera Scrivano-O Estado de S.Paulo
