O papel do Banco do Nordeste para o desenvolvimento regional e a importância dos fundos constitucionais para a execução de programas de financiamento aos setores produtivos da região são a pauta da edição especial do podcast “Crédito ou Débito”, do Reconta Aí. O áudio está no ar desde segunda-feira (23).
Com reportagem da jornalista Renata Vilela, o podcast traz reflexões do economista e coordenador do Reconta Aí, Sergio Mendonça, da bancária do Banco do Nordeste e diretora de Assuntos Jurídicos da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), Jeane Marques, e do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira.
Para Jeane, o maior desafio dos nordestinos e das entidades de representação dos trabalhadores é a manutenção dos bancos públicos e, em especial, do Banco do Nordeste e de sua alma, que é o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 99/19, que tramita na Câmara dos Deputados, retira dos bancos públicos 30% dos recursos dos fundos constitucionais do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e do Centro-Oeste (FCO), que são administrados, respectivamente, pelo Banco da Amazônia, BNB e Banco do Brasil. A PEC libera os recursos para a realização de obras públicas sem a necessidade de intermediação dos bancos públicos.
Unidade na luta
Ao entrevistar o presidente da Fenae, o Reconta Aí também destacou a unidade da categoria bancária na defesa dos bancos públicos.
“Os empregados da Caixa estarão sempre juntos com os funcionários do BNB porque temos a mesma linha de atuação. Os dois bancos têm tarefas na realização de políticas públicas do governo federal”, ressaltou Jair Pedro Ferreira. “O papel que os bancos públicos desempenharam em 2008, por exemplo, foi fundamental para evitar o aumento do desemprego e a recessão econômica”, lembrou.
Jair também falou sobre a importância da mobilização e conscientização da sociedade sobre a importância dos bancos públicos. “Temos que mostrar para os políticos, mas também para a população de uma forma geral, que se tirar o BNB de uma região, ou uma agência da Caixa de uma cidade, isso causará um grande impacto”, explicou. “É importante fazermos atos em Brasília, mas também nas cidades onde os eleitores desses políticos estão. É lá, próximo de seus eleitores que eles vão entender a importância dos bancos públicos”, concluiu.
“Essa discussão do Banco do Nordeste se coloca em um espaço mais amplo de defesa dos bancos públicos. Uma discussão para mostrar que eles são estratégicos para aportar recursos de longo prazo para o desenvolvimento e também que eles atuam em áreas e segmentos que os bancos privados não atuam”, observou Sergio Mendonça.
Crédito ou débito
Além da reflexão sobre o Banco do Nordeste e dos fundos constitucionais de financiamento, o podcast “Crédito e Débito”, do Reconta Aí, traz uma série de reflexões importantes.
O primeiro “O que rolou no Congresso dos Bancários”, foi ao ar no dia 9 de agosto. A reforma da Previdência, a preservação da Amazônia, as privatizações, a quebra da privacidade de dados pessoais e possibilidade de retorno da CPMF foram outros temas já debatidos no “Crédito e Débito”.
Fonte: Contraf-CUT