O fim da escala 6 X 1 e a redução de jornada de trabalho têm sido eficazes tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores, como demonstrou um experimento feito pela 4 Day Week Global com 19 empresas brasileiras, que aderiram à escala 4 X 3. Os testes apontaram que 61,5% das organizações participantes observaram melhorias na execução de projetos e os trabalhadores relataram maior bem-estar e satisfação com o trabalho. 

A redução da jornada faz parte da pauta de reivindicações da Marcha da Classe Trabalhadora, que vai acontecer em Brasília no dia 29 de abril e é organizada pela CUT e as demais centrais sindicais, como parte da celebração do 1º de Maio - Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora. O objetivo é que as medidas sejam aprovadas na “Pauta da Classe Trabalhadora”, a ser entregue aos presidentes da Câmara e Senado, explicou o presidente da CUT, Sergio Nobre.

Os números comprovam que a redução da jornada será benéfica tanto para a saúde do trabalhador como para a economia do país. Uma pesquisa do Dieese revelou que a redução da jornada pode abrir 3 milhões de vagas de emprego. Além disso, o maior tempo livre pode ajudar o trabalhador a frequentar cursos de qualificação. 

Para as mulheres, que comumente acumulam a jornada de trabalho com as responsabilidades domésticas e o cuidado com os filhos, a redução traria benefícios significativos. Essa mudança também abriria espaço para que elas invistam em qualificação, contribuindo para a diminuição das desigualdades de gênero.

A pauta também é relevante para a categoria bancária e foi incluída entre as reivindicações da Campanha Nacional de 2024. O movimento sindical bancário busca avançar na implementação da jornada 4x3, com o objetivo de garantir que os trabalhadores tenham mais qualidade de vida. 

O debate sobre a redução da jornada de trabalho tem sido feito em países como Portugal, Reino Unido, Bélgica e Nova Zelândia. Neste último, a multinacional Unilever, que é responsável por diversas marcas de alimentos e higiene, implementou uma redução de 20% na carga horária de seus colaboradores, mantendo os salários inalterados. Além disso, projetos-piloto promovidos pela 4 Day Week foram realizados em outros 13 países e apresentaram resultados positivos.

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Fonte: Seeb-CGR com CUT