Remuneração: Responsáveis diretos pelo aumento do lucro, bancários querem sua parte
18/09/2013 - Por Bancários CGR
Bancários cobram valorização do trabalho e avisam: sem aumento real, piso e PLR maiores, não tem acordo para fechar Campanha
Os números dos balanços das seis maiores bancos brasileiros (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) deixam evidente que os trabalhadores são os principais responsáveis pelos resultados do setor. E para conseguir sua parte, vão para greve a partir de 19 de setembro e só saem com aumento real nos salários e verbas, piso e PLR maiores.
Sozinhos, os seis lucraram quase R$ 30 bilhões somente nos seis primeiros meses de 2013. Comparado com o mesmo período de 2012, o lucro por trabalhador subiu 19,4%, cada bancário ampliou em 13,6% a receita com tarifas e em 19,8% a carteira de crédito.
Os bancos não só podem atender às reivindicações de remuneração, mas também estão economizando às custas da categoria. Um exemplo é a distribuição do valor adicionado (DVA, que são todas as receitas dos bancos, já subtraídas as despesas). É como se fosse o PIB das instituições financeiras, que é distribuído entre acionistas (dividendos), governo (impostos) e trabalhadores (remuneração, vales, FGTS etc.).
Se antes os bancários ficavam com 50,1% do DVA (entre 1999 a 2005), essa média caiu para 37,1% entre 2006 e 2012. Por outro lado os acionistas estão ficando com mais: a média era 25,9% (1999 a 2005), e passou para 39,6% (2006 e 2012). A parcela do governo manteve-se estável (24% e 23,4%, nos mesmos períodos). Isso significa que os bancários trabalham para os acionistas ganharem mais.
E tem mais: só com o que arrecadam com prestação de serviços e tarifas, os bancos cobrem toda a folha de pessoal e ainda sobra. No Itaú, essa relação é de 170%, no Santander é de 156% e no Bradesco, 150%.
Proposta insuficiente Apesar dos números, os bancos deram uma mostra de desrespeito e descaso com seus funcionários ao apresentar o que chamaram de proposta final: 6,1%, sem aumento real para os salários. O mesmo reajuste foi proposto para vales, auxílios, piso e PLR, que permaneceria no modelo atual.
Na mesa já avisamos: não aceitamos esse índice sem aumento real, relata a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.
Fonte: Seeb-SP