Responsabilidade dos bancos é cobrada diante da alta do desemprego
26/10/2020 - Por Bancários CGR
“Se a pandemia contribuiu bastante para essa taxa recorde, o que vemos agora são setores da economia que passam a impulsionar de forma mais intensa o desemprego. É o caso dos bancos, um setor que lucrou este ano e demite cada vez mais, mês a mês”, declarou Juvandia, para quem é uma contradição que o setor financeiro tenha registrados lucro durante a pandemia e inicie uma escalada de demissões.
Lucros recordes
Em 2019, os lucros nos bancos bateram recordes. O lucro dos cinco maiores bancos do país (Itaú, Santander e Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica) somou R$ 108 bilhões no ano passado, uma alta de 30%,3% em 12 meses. O Itaú registrou, em 2019, um lucro de R$ 28,3 bilhões, o Bradesco, R$ 25,8 bilhões e o Santander, R$ 14,5 bilhões. São esses três bancos que agora batem recordes de demissões. Passaram a demitir seus funcionários antes do final do primeiro semestre deste ano, semanas depois de se comprometerem na mesa de negociações com o movimento sindical a não recorrerem à demissão durante a pandemia. Desde janeiro, foram mais de 12 mil demissões.
Neste ano, o lucro dos cinco maiores bancos chegou a R$ 30 bilhões no primeiro semestre. Um número que pode estar subestimado devido ao recurso fiscal usados pelos bancos, de reservarem parte dos resultados como provisionamento, dinheiro de reserva para se proteger em caso de possíveis calotes dos clientes.
Escalada de demissões
Este ano, os bancos se comprometeram a não demitir durante a pandemia, acordo firmado com o movimento sindical bancário e que foi desrespeitado. De acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, foram 12.794 demissões. No levantamento do Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que aumentou o ritmo das demissões na categoria. Em junho, foram registradas 1.363 demissões, número que sobe para 1.634 em julho e atinge 1.841 em agosto.
“Não é o momento para demissões, principalmente para empresas que estão lucrando. Vivemos uma situação de calamidade sanitária e social e os bancos precisam ter responsabilidade”, disse a presidenta da Contraf-CUT. Por causa da escalada de demissões, que cresce a cada mês, a Contraf-CUT e o movimento sindical da categoria bancária iniciou uma campanha nacional contra as demissões. “Os bancos se comprometeram na mesa de negociações que não iriam demitir durante a pandemia. A pandemia não acabou e o compromisso ainda está colocado”, cobrou Juvandia Moreira.
Fonte: Contraf-CUT