Santander retira direitos e ameaça a categoria bancária com terceirizações
17/04/2025

O movimento sindical segue em campanha para denunciar práticas abusivas de terceirização no Santander que retiram direitos e pioram a qualidade do serviço prestado à população. A mobilização, nas ruas e nas redes sociais, chama atenção para um problema que afeta não apenas funcionárias e funcionários, mas também os clientes, com fechamento de agências e a restrição, cada vez maior, da possibilidade de atendimento presencial.
De 2019 a 2023, a categoria bancária perdeu 27 mil postos de trabalho no Brasil, segundo dados da RAIS. O Grupo Santander, porém, aparenta ter ampliado seu quadro funcional, saindo de 47,8 mil empregados em 2019 para 55,6 mil em 2023.
“O que parece uma boa notícia, na realidade, esconde uma prática perversa que vem sendo adotada e ampliada pelo Santander. O banco está transferindo funcionários para outras empresas do mesmo grupo, fazendo com que estes trabalhadores deixem se ser abarcados pelos direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)”, explicou Wagner dos Santos, funcionário do Santander e diretor do Sindicato.
Empresas como a F1rst, com CNAE de “desenvolvimento de software sob encomenda”, e a Tools, classificada como prestadora de apoio administrativo, estão absorvendo trabalhadores e o Grupo Santander está reduzindo seus custos à base da precarização do trabalho. A mudança compromete salários, PLR e outros direitos, além da organização dos trabalhadores por meio dos sindicatos.
“É um ataque frontal à história de conquistas dos bancários e bancárias, além de uma estratégia desonesta para lucrar mais sem dar o devido reconhecimento ao trabalho dos funcionários. Com lucros que só crescem, o Santander tem que aprender a respeitar os trabalhadores brasileiros e seguimos mobilizados, atuando em diversas frentes, para pressionar o banco contra as terceirizações”, destacou Paula Moreira, funcionária do Santander, diretora do Sindicato e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Veja, abaixo, uma tabela comparativa entre bancários e funcionários submetidos a acordos de outras categorias, como os da F1rst:

Fonte: Seeb-BH com Contraf-CUT