O Seminário “Soberania nacional e popular, contra as privatizações” realizado nesta quarta-feira (4), no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, em Brasília debateu sobre a situação e as diretrizes do governo com relação às empresas públicas e tirou um calendário de mobilização unificado em defesa da soberania nacional.
“Vamos realizar uma campanha com representação ampla da sociedade para organizar as atividades e estimular a reprodução desta frente em todos os estados e municípios do país”, disse João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Frente Brasil Popular.
As entidades, movimentos e partidos que compuseram comitê amplo em defesa da soberania nacional também farão pressão junto a deputados e senadores. “Vamos mostrar aos deputados e senadores o quanto seus estados e municípios perdem com a privatização das empresas públicas”, disse a presidenta do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano.
“E vamos mostrar para a população que a imprensa faz campanha para dizer que as empresas públicas são ineficientes e as privadas são melhores. Mas, isso não é verdade. A Europa e os Estados Unidos estão reestatizando as empresas que foram privatizadas. E estão fazendo isso porque depois que elas foram privatizadas o serviço piorou”, completou Rita.
“A gente tem que traduzir para a população o que significa perder essas empresas públicas. Mostrar que mais de 20 mil trabalhadores já foram desligados das empresas públicas neste governo. Temos que mostrar que as empresas públicas são fundamentais para o desenvolvimento econômico, para geração de emprego, mostrar que sem os bancos públicos não há investimento no saneamento básico, não tem financiamento agricultura familiar e o alimento vai chegar mais caro na mesa do trabalhador. A gente tem que dizer para a população que desmontar a Caixa Econômica Federal significa moradia mais cara, significa aumentar o déficit habitacional”, reforçou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
“Todo mundo está sofrendo com a política deste governo. É importante a gente juntar esforços para lutarmos contra esse governo de entrega desse país, de entrega da soberania nacional. Essa luta a gente só vai vencer juntos. Estamos todos juntos e é fundamental que ninguém largue a mão de ninguém”, completou a presidenta da Contraf-CUT ressaltou.
Calendário de mobilização
Na abertura da fase final do seminário Stédile ressaltou a necessidade de se criar um calendário nacional de mobilização em defesa da soberania nacional. Disse que a coordenação ia incorporar datas já definidas em outras plenárias a este calendário nacional unificado. “Mas, não basta criarmos um calendário. Temos que botar gente nas atividades”, disse.
- 7/9 – Grito dos Excluídos e Ato em defesa da educação
- 20/9 – Greve Mundial em defesa do meio ambiente
- 24/9 – Vigília no Senado contra a aprovação da Reforma da Previdência
- 26/9 – Ato Nacional em Defesa dos Correios, em Brasília
- 3/10 – Ato em Defesa da Petrobras, no Rio de Janeiro e em todo o país
- 5/10 – Ato em Defesa da Amazônia, em Marabá (PA) e em todo o país
- 15/10 – Ato em Defesa dos Bancos Públicos, em São Paulo e em todo o país
- 16/10 – Ato em Defesa da Alimentação Saudável e dos Recursos Naturais
- 25/10 – Denúncia dos crimes da Vale e lançamento da Campanha pela Reestatização da empresa, em Brumadinho (MG)
- 18/11 – Ato em defesa da Eletrobrás, em Recife
- 20/11 – Caravana à Alcântara (MA)
Fonte: Contraf-CUT