Banco destinou ao pagamento dos trabalhadores valores menores que o devido. Diferença supera R$ 200 milhões

As suspeitas do Sindicato de que o lucro líquido do HSBC no Brasil poderia comprometer o pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados dos trabalhadores se confirmaram. Na quinta 27, o banco inglês apresentou lucro líquido de R$ 411 milhões para 2013, resultado 66,4% inferior ao apresentado no ano anterior.

De acordo análise do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) a partir do balanço anual do banco, no primeiro semestre o lucro líquido do HSBC correspondeu a R$ 454,6 milhões, permitindo o pagamento da primeira parcela da PLR e do valor adicional aos trabalhadores, mas com redutor de 9,67%. No segundo semestre, houve prejuízo de R$ 43 milhões, o que inviabilizou o crédito da segunda parcela e do valor adicional.

Grana sumiu – O que causa estranheza entre os representantes dos trabalhadores é que o banco lançou em seu balanço despesa de R$ 295 milhões com a PLR. No entanto, caso pagasse integralmente a regra básica da PLR e o valor adicional estabelecidos na convenção coletiva o gasto seria de em torno de R$ 90 milhões, algo que não ocorreu. “Queremos saber por que o banco não pagou a segunda parcela se no balanço consta valor com sobra para isso? Onde foram parar esses R$ 205 milhões? Essa conta não fecha e reivindicamos que a direção da instituição financeira se explique”, afirma a diretora do Sindicato Liliane Fiuza. “O banco já fez essa manobra em outros anos, contra a qual ingressamos com ação e aguardamos pronunciamento da Justiça.”

Segundo a dirigente sindical, o pagamento do abono de R$ 1.800 – que teve incidência de imposto de renda – só ocorreu devido à pressão e cobrança do Sindicato. “Sabemos que o valor pago não corresponde a toda a dedicação dos funcionários, por isso seguiremos na luta para que eles sejam de fato valorizados.”

Para Liliane o grande responsável pelo fraco desempenho é a gestão equivocada da empresa. “O HSBC eliminou 600 postos de trabalho no ano passado, o sistema operacional está sucateado e muitos saem por falta de valorização e perspectiva profissional. É uma política errada e que os trabalhadores têm de lutar ao lado do Sindicato para que mude.”

Fonte: Seeb-SP