Sobrecarga é ignorada pelos bancos
18/09/2013 - Por Bancários CGR
Campanha Nacional exige mais empregos dos bancos, que têm imposto a lógica da demissão e adoecimento de trabalhadores
Um dos lemas da Campanha Nacional deste ano é Mais bancário, menos filas. A frase une os anseios dos trabalhadores que não aguentam mais a pressão e o adoecimento , com os dos clientes que querem um atendimento de qualidade.
As filas e a sobrecarga dos funcionários não ocorrem à toa. Somente no primeiro semestre deste ano, foram extintos 1.957 postos de trabalho (dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged). Se levados em conta somente os bancos múltiplos com carteira comercial (ou seja, fora a Caixa), o saldo negativo de empregos somente neste setor chega a 4.890 no período. E isso, mesmo tendo lucrado R$ 30 bilhões no primeiro semestre, ou R$ 166 milhões diariamente nesses seis meses.
Uma gerente do Itaú Personnalité sente na pele o que os bancos classificaram em mesa de negociação como pequeno ajuste. Eu cheguei a cuidar sozinha de três carteiras. Aqui é assim: não cumpriu as metas, tchau. O certo seria termos mais uns três gerentes na minha agência. Do jeito que está, ocasiona filas e irritação entre os clientes, revela a bancária.
Na lógica perversa de gestão dos bancos, a falta de funcionários disputa espaço com a cobrança por metas abusivas e o assédio moral. Um funcionário do Bradesco afirma que com o quadro reduzido de funcionários as cobranças aumentam e as metas se tornam impossíveis de se serem alcançadas. Não há pessoas suficientes e os que saem não são substituídos. Somos tachados como incompetentes e indisciplinados. Não há respeito, denuncia.
Se para os bancos, as demissões são um ajuste muito pequeno, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, rebate: A ganância não leva em conta as pessoas que fazem a riqueza do setor aumentar: os bancários, o cliente, a sociedade da qual tanto ganham.
Fonte: Renato Godoy com Seeb/SP