O governo federal anunciou nesta semana as regras e datas para o inicio do pagamento do auxílio emergencial para pessoas em situação vulnerável. Porém, para a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, em entrevista ao Brasil de Fato, além dessa ajuda ter demorado para ser implementada, ela também só foi possível porque o projeto de privatização das estatais, promovido por Jair Bolsonaro e Michel Temer, não foi totalmente concretizado.
A Covid-19 tem se espalhado rapidamente pelo país e além de gerar sérios transtornos nos serviços de saúde, também enfraquece a economia e prejudica os trabalhadores informais e desempregados. “A melhor medida é o isolamento, é ficar em casa. Mas a população pobre e o trabalhador, não têm como ficar em casa se não tiver renda, principalmente aquele trabalhador que está na informalidade, que chamamos de autônomo, e o desempregado. Se essas pessoas não saem para trabalhar, elas não recebem”, disse Tereza Campello.
A ex-ministra do Desenvolvimento e Combate à Fome afirma que a chegada da Covid-19 no Brasil já era prevista desde o final de janeiro, porém o governo não fez nada. “Tem uma série de medidas que já poderiam ter sido feitas, porque as pessoas estão precisando de dinheiro e as crianças já estão em casa sem merenda escolar”, disse. Em relação ao auxílio emergencial, Tereza Campello lembrou: “É bom lembrar que o Cadastro Único estava pronto, o Estado estava preparado para poder atuar em um momento como esse. Isso só aconteceu porque tínhamos política pública e uma rede de proteção voltada para a população de baixa renda”.
Tereza Campello ainda avaliou que neste momento a importância dos bancos públicos se intensifica ainda mais. “Nós podemos pagar (auxílio emergencial) porque temos um banco público acostumado para fazer esse tipo de pagamento, e o governo queria privatizar a Caixa Econômica. Então, precisamos lembrar que a gente tem o Cadastro Único, que temos o Sistema Único de Saúde e a Caixa Econômica porque eles não tinham privatizado. Não vamos nos esquecer de que o pouco que estamos conseguindo fazer, porque eles ainda não tinham privatizado tudo”, afirmou.
Confira a entrevista completa no portal Brasil de Fato.
Fonte: Contraf-CUT