O encerramento da XIV Conferência Regional da Fetrafi/NE, neste domingo (3), foi marcado por uma ampla reflexão sobre os rumos políticos e organizativos do movimento sindical bancário. A programação do dia contou com a quinta e última mesa do evento, “Democracia, Eleições e Estratégia Política do Movimento Sindical”, e com um debate decisivo sobre o fortalecimento das entidades representativas da categoria.

A mesa reuniu lideranças sindicais de diversos estados, entre elas Lindonjhonson Almeida (PB), Sandra Trajano (PE), Tiago Macena (Itabaiana), Francileuda Lima (CE), Leila Almeida (CE), Hortência Oliveira (PI), Fabiano Moura (PE) e Gustavo Tabatinga (Contraf-CUT). Em suas falas, os participantes destacaram os desafios que se impõem frente à reestruturação do setor financeiro, às demissões em massa, à precarização via terceirização e à ascensão das tecnologias como instrumentos de substituição do trabalho humano.

Francileuda alertou para os recentes desligamentos realizados pelo Itaú em sua base, com 45 demissões iniciadas antes mesmo de qualquer comunicação ao sindicato, fato já encaminhado ao Ministério Público. Também reforçou a importância da mobilização das mulheres e convidou todas as bancárias a participarem da Conferência das Mulheres da Fetrafi/NE, que será realizada no próximo dia 13 de agosto.

Ao fazer um balanço político da conferência, Fabiano Moura afirmou que a última negociação com a Fenaban foi uma das mais difíceis dos últimos tempos. Os banqueiros apresentaram propostas que buscavam fracionar a categoria e enfraquecer sua unidade. “Vieram com a intenção de dividir as negociações por função, quebrando o modelo nacional que nos garantiu conquistas históricas nos últimos 30 anos”, afirmou.

Para Gustavo Tabatinga, é preciso ampliar a base de representação dos sindicatos e pensar em novas formas de organização. “Hoje, temos municípios que não estão cobertos por nenhum sindicato e outros com dois sindicatos disputando a base. Precisamos enfrentar esses conflitos com maturidade e construir mecanismos que fortaleçam as federações, sem abrir mão da autonomia das entidades”, disse o dirigente nacional.

A mesa também abriu espaço para avaliações críticas. Teresa, de Pernambuco, apontou a ausência de diversidade nos espaços de poder do movimento sindical, destacando a importância de ampliar a participação de mulheres e segmentos ainda pouco representados. Já Marco Melo, da Paraíba, questionou o distanciamento de alguns dirigentes em relação à base, e reforçou a importância do trabalho presencial nos bancos e da retomada da organização das cooperativas de crédito sob uma lógica classista.

Delegação aprovada para a 27ª Conferência Nacional

Ainda durante os trabalhos da plenária final, foi aprovada por unanimidade a delegação da Fetrafi/NE que representará os oito sindicatos filiados na 27ª Conferência Nacional dos Bancários.

Fonte: Fetrafi/NE