Para beneficiar o setor empresarial, o governo Bolsonaro pretende introduzir uma espécie de CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) na proposta de reforma tributária e criar um imposto sobre transações com alíquota de 0,2%, independentemente da renda. Ou seja, novamente, o peso dos tributos recai sobre os mais pobres.
Na verdade, a equipe econômica de Bolsonaro não propõe uma reforma. Faz um remendo para atender pequenos interesses. O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer empurrar a desoneração da folha de pagamentos de todos os setores, o que só traria benefícios para os patrões.
O objetivo é reduzir o pagamento de 20% que as empresas fazem na contribuição previdenciária dos salários dos empregados. Os patrões deixariam de recolher R$ 100 bilhões por ano.
Bolsonaro não propõe um reforma profunda, que aborde a regressividade. O Brasil precisa tributar mais quem paga menos impostos, ou seja, os mais ricos. Hoje, a arrecadação tributária no país é extremamente desigual.
Uma mostra da desigualdade é que no Brasil existe o imposto territorial rural, e apesar dos muitos latifúndios no país, a arrecadação chega a apenas 0,04% do total de tributos arrecadados. Os endinheirados que possuem terras, barcos e aviões pagam muito pouco, enquanto o cidadão brasileiro que tem uma moto para fazer entrega durante o dia, por exemplo, precisa pagar impostos, que pesam na renda. Não faz sentido.
Fonte: Seeb_Bahia