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#8M: Brasileiras vão às ruas por democracia e direitos

03/03/2020 - Por Bancários CGR

Dia Internacional da Mulher será marcado por protestos políticos e manifestações culturais em todo país

Mais uma vez, o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08 de março (#8M), será marcado por protestos em todo País. Neste ano, o “grito” das mulheres será contra Jair Bolsonaro (sem partido), pelo fim da violência contra mulheres, contra o feminicídio, por democracia e por direitos. A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, afirma que os atos do 08 de março, chamados pela CUT, demais centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e feministas, será maior que o de 2019, quando mulheres de todo o Brasil lotaram as ruas do país contra a reforma da Previdência.

“Agora que as mudanças na Previdência já estão na conta dos trabalhadores e das trabalhadoras, neste Dia Internacional da Mulher, as questões fundamentais são lutar contra Bolsonaro, pela democracia, pela retomada do Estado de Direito, pela vida das mulheres, como Marielle, Claudia e Dandara, vítimas de violência. Além, claro, em defesa dos serviços públicos como suporte para a vida das mulheres”, destacou a dirigente, que é servidora pública municipal de São Paulo. Juneia disse que o 08 de março é uma data importante para alertar a população da importância de defender a democracia. "Principalmente depois das falas e ações ameaçadoras de Bolsonaro, que divulgou um vídeo no WhatsApp chamando para um ato que ataca os pilares da democracia e pede o fechamento do Congresso Nacional e do STF”, ressaltou.

Márcia Viana, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, conta que o mote do ato “resistência tem nome de mulher” é para reforçar que o dia 08 de março é uma data de resistência contra todas as formas de violência voltadas às mulheres. “Ainda mais em um país cujo presidente é extremamente antidemocrático, autoritário e que tem aplicado uma agenda de retirada de direitos que destrói a vida das trabalhadoras e de toda a sociedade”, se referindo às mudanças na aposentadoria, nas leis trabalhistas e ao congelamento dos investimentos públicos em áreas como saúde e educação. “Os danos são irreversíveis à vida da população e nossa luta tem sido incansável. Neste momento não vamos desanimar”, frisou a dirigente.

Motivos para protestar não faltam
Nos 26 estados e na capital federal estão programados mobilizações e atos políticos e culturais para as mulheres demonstrarem as insatisfações com as medidas do governo, que impactaram a vida de milhões de pessoas, mas principalmente das mulheres, negras, pobres e periféricas. Bolsonaro, em apenas um ano, promoveu uma verdadeira destruição e políticas públicas essenciais. Ele acabou com a Política de Valorização do Salário Mínimo, não implementou nenhuma medida de combate ao desemprego, sancionou a reforma da Previdência, e intensificou a retirada de direitos trabalhistas.

Na saúde, Bolsonaro acabou com o programa Mais Médicos, cortou investimentos, além de legalizar o uso desenfreado de agrotóxicos e enfraquecer a política ambiental do país. As mulheres, mais afetadas com a diminuição de investimentos nos serviços públicos, pelas novas regras da aposentadoria e pela flexibilização das leis trabalhistas, também sofreram com a alteração – para pior - da Lei Maria da Penha e com corte ou extinção de recursos destinados às políticas de enfrentamento à violência contra mulher, como a Casa da Mulher Brasileira. Bolsonaro também cortou recursos das universidades públicas, do Fies e de diversos programas sociais, como Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

"Neste 8 de março temos ainda mais motivos para ir às ruas. Sempre somos as primeiras a serem atingidas a partir de políticas que suprimem direitos e ampliam a informalidade. Precisamos dizer não aos retrocessos sociais, à redução de direitos trabalhistas e à violencia contra a mulher", disse a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Paraná, Eunice Miyamoto.

Cenário da violência
A América Latina é um dos lugares mais perigosos para ser mulher. O Brasil é o quinto país do mundo em feminicídio. “Mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres”, diz a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista. Ela alerta ainda que os casos de feminicídio não param de crescer. Somente em 2019, aumentou em 13% o número de casos.

Paraná
As paranaenses estão organizando dois atos no 08 de março. Um em Maringá, a partir das 10h00, no Parque do Ingá. De lá sairão em caminhada até o Fórum de Justiça, onde farão protestos com cruzes e calçados femininos. Em Curitiba, a Frente Feminista de Curitiba e Região Metropolitana está organizando uma marcha “Mulheres da Favela Exigem Paz”, que acontecerá em quatro pontos na periferia. O primeiro será uma denúncia da violência que atinge a favela será a partir das 8 horas da manhã no Bairro de Parolin, em frente ao Residencial Araguai, na Rua Santa Zita nº 281.

A exploração do trabalho será denunciada em frente ao Supermercado Extra, na Avenida Kennedy. A mobilização “Educação e Moradia” vai acontecer em frente à escola municipal da Lamenha Lins e no final da marcha as mulheres vão falar sobre a Paz que querem e como vão construí-la com a participação da Bloca Feministra “Ela Pode/Ela Vai". A previsão do fim da marcha é 12h.

Fonte: CUT

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