A vida é o maior patrimônio

22/10/2010 - Por Bancários CGR

altA segurança é dos temas prioritários da Campanha Nacional dos Bancários 2010. E não podia ser diferente, diante da onda de violência e criminalidade que provocou a morte de 11 pessoas em assaltos envolvendo bancos no primeiro semestre deste ano em todo país, além de inúmeros feridos e traumatizados, entre bancários, vigilantes, clientes e transeuntes. Essa realidade precisa mudar.

A pauta de reivindicações dos bancários prevê várias medidas importantes para transformar essa dura realidade, que trouxe uma sensação de medo e insegurança. Quase todas as propostas foram discutidas com a Fenaban nas quatro reuniões da Mesa Temática de Segurança Bancária, com avanços em alguns pontos.

Uma das prioridades é a assistência às vítimas de seqüestros e de todos os que estiveram no local de assaltos. É fundamental a garantia de atendimento médico e psicológico, bem como o custeio do tratamento e remédios para o restabelecimento da saúde do trabalhador e de sua família.

Em casos de assaltos, é importante o fechamento da unidade no dia da ocorrência, emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para quem esteve no local e acompanhamento de advogado do banco para a identificação de suspeitos na polícia.

Outra demanda é a concessão de estabilidade provisória para vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões no prazo de 36 meses depois da ocorrência. Em caso de processo judicial com decisão favorável ao bancário, esse prazo começaria a contar após o trânsito em julgado. A demissão de bancários que passam por essa situação é lamentavelmente muito comum e, por isso, é necessária uma garantia de emprego para proteger essas vítimas.

Também é importante o pagamento de adicional de periculosidade ou risco de vida de 30% para os bancários que trabalham em agências, postos de serviço e áreas de tesouraria. A proposta foi lançada pelos vigilantes, uma categoria que ocupa o mesmo ambiente de trabalho dos bancários e que arrancou recentemente essa conquista, através de acordos coletivos em todo país e por meio de projetos de lei aprovados na Câmara dos Deputados e no Senado

Outro ponto importante é a proibição do transporte de dinheiro pelos bancários. Apesar de ilegal, é uma prática mais comum do que se imagina, especialmente em cidades do interior. O bancário não pode ser transformado pelos bancos em transportador de valores. Da mesma forma, é fundamental o fim da guarda das chaves de cofres e das agências pelos bancários, passando-se essa tarefa para empresas especializadas em segurança, como alguns bancos já fazem.

Além disso, os equipamentos de prevenção contra assaltos precisam ser ampliados, como a porta de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas, divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, instalação de vidros nos guichês de caixas e colocação de biombos em frente aos caixas. Todas essas medidas preventivas visam proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes, evitar assaltos e o golpe da saidinha de banco.

A expectativa dos bancários é conquistar novas cláusulas na convenção coletiva acerca deste tema, que é essencial para a saúde do trabalhador. Parte dos lucros estrondosos dos bancos precisa ser destinada para ampliar os investimentos em segurança para trabalhadores e clientes. Outro banco é preciso, com a vida das pessoas em primeiro lugar. Não existe maior patrimônio no mundo do que a vida.

Carlos Cordeiro
Presidente da Contraf-CUT

Ademir Wiederkehr
Coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT


Fonte: Contraf-CUT

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