Após carta contra Dilma, Santander alega que texto "não é do banco"
28/07/2014 - Por Bancários CGR
Ao tentar explicar a carta enviada em julho a clientes "Select", com renda superior a R$ 10 mil, e que dizia que uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff poderia ter efeitos negativos para a economia, o presidente mundial do Santander, Emílio Botín alegou neste domingo (27), durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro, que o texto "não é do banco", mas de um analista que o elaborou e enviou "sem consultar" seus superiores, conforme publicação de O Globo.
Botín afirmou também que a divisão brasileira do banco tomou "as medidas cabíveis", sem especificá-las. Também declarou que o presidente do Santander no Brasil, Jesús Zabalza, "já deu as explicações às autoridades e à presidente Dilma".
Para a Contraf-CUT, a explicação de Botín não convence. O Santander possui 46 diretores executivos e cada um deles receberá este ano em média R$ 5,7 milhões, conforme foi aprovado na assembleia dos acionistas do banco, ocorrida no último dia 30 de abril.
"Será que nenhum desses executivos tão bem remunerados autorizou a publicação de um texto que foi para as meninas dos olhos do Santander, que são os clientes de alta renda?", questiona Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, que classificou a conduta do banco espanhol como terrorismo, logo após tomar conhecimento da notícia publicada na última sexta-feira (25) no blog de Fernando Rodrigues no portal UOL.
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A Contraf-CUT já está providenciando uma denúncia para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), da qual a Espanha é signatária. "O banco violou as diretrizes para empresas multinacionais", aponta Cordeiro. "É inaceitável que o banco espanhol trate assim a economia e o povo brasileiro", enfatiza.
Moção de repúdio
E na plenária final da 16ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no fim de semana, em Atibaia (SP), os delegados e as delegadas aprovaram por unanimidade uma moção de repúdio ao banco espanhol.
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"Consideramos o gesto do banco irresponsável, não só com a economia, mas com a democracia brasileira", destaca o documento aprovado, que representa a indignação da categoria diante do terrorismo do banco espanhol. Os bancários querem que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros.
Fonte: Contraf-CUT com O Globo e Brasil 247