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Artigo: Tecnologia e IA nos Bancos: Avanço ou Ameaça ao Emprego?

29/07/2025

Transformações digitais remodelam o setor bancário e desafiam os direitos dos trabalhadores. É preciso garantir transição justa e inclusão

O Impacto da Tecnologia e da Inteligência Artificial no Emprego Bancário

A revolução digital chegou de forma definitiva ao setor bancário. A utilização crescente de aplicativos, plataformas digitais e inteligência artificial (IA) está remodelando completamente os serviços financeiros. Embora os ganhos de produtividade e eficiência sejam inegáveis, os impactos sobre o emprego bancário preocupam sindicatos, trabalhadores e especialistas.

Automação: da eficiência à extinção de cargos

Nos últimos anos, os bancos aceleraram a substituição de tarefas humanas por sistemas automatizados. Atividades como abertura de contas, emissão de boletos, atendimentos rotineiros e até análises de crédito passaram a ser realizadas por robôs, algoritmos e plataformas online. Isso levou ao fechamento de agências e à extinção de milhares de postos de trabalho em todo o país.

Com o uso da inteligência artificial, essa tendência se intensifica. Os algoritmos aprendem com grandes volumes de dados, antecipam comportamentos e tomam decisões com pouca ou nenhuma intervenção humana. O impacto disso é direto: menos necessidade de mão de obra tradicional e mais pressão sobre os trabalhadores que permanecem.

Desafios e reinvenção profissional

Para os bancários, o cenário exige adaptação constante. Novas competências, como domínio de ferramentas digitais, análise de dados e conhecimento em segurança cibernética, passam a ser valorizadas. No entanto, nem todos os trabalhadores conseguem acompanhar esse ritmo de transformação, seja por falta de acesso à formação ou por limitações estruturais.

O risco é criar um ambiente de exclusão, onde os trabalhadores que não se adaptam sejam descartados. Por isso, é urgente discutir políticas de requalificação profissional, com participação ativa dos sindicatos e apoio institucional.

O papel dos sindicatos e a defesa de uma transição justa

Mais do que denunciar os impactos negativos, os sindicatos têm um papel estratégico na construção de um modelo de transição justa. Isso significa negociar com os bancos condições dignas para os trabalhadores impactados pela tecnologia, cobrar transparência nas reestruturações, e exigir investimentos em qualificação e recolocação profissional.

Além disso, é necessário que as categorias profissionais se envolvam ativamente no debate público sobre o futuro do trabalho, para garantir que o avanço tecnológico ocorra com respeito aos direitos e à dignidade humana.

Conclusão: Progresso com responsabilidade

A tecnologia pode ser uma aliada poderosa na modernização dos serviços bancários. Mas, se aplicada apenas com foco no lucro, ela se transforma em uma ameaça ao emprego, ao bem-estar e à justiça social. O progresso não pode excluir — deve incluir, com responsabilidade e compromisso com o trabalho humano.

 

Esdras Luciano - Presidente do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região

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