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Assédio moral: uma ameaça à saúde que se intensifica na Caixa

24/02/2017 - Por Bancários CGR

Metas abusivas, meritocracia e pressão por resultados são instrumentos de violência psicológica

O combate ao assédio moral continua sendo uma das prioridades para os empregados da Caixa, principalmente considerando a política de redução de pessoal adotada pela atual direção da empresa. As entidades sindicais bancárias são umas das pioneiras nesse debate, que começou no final dos anos 1990 e que permanece atual. O Sindicato e a Fenae abre seus canais de comunicação para o debate, além de se colocar à disposição dos empregados para o recebimento de denúncias, relatos e pedidos de ajuda.

Todos esses anos de aprofundamento no tema levaram as entidades sindicais a uma conclusão: as empresas em geral se aproveitam de formas de gestão que representam na verdade uma grande violência psicológica, com efeitos nefastos para a saúde dos empregados. Os resultados de produtividade alcançados no curto prazo, no entanto, acabam justificando, para a empresa, a manutenção de tais práticas, sem levar em conta a saúde de seus trabalhadores no longo prazo. A Caixa, infelizmente, não é exceção.

Assédio moral não é apenas uma questão de relacionamento interpessoal ou de atitudes isoladas de chefes desequilibrados. É claro que existem pessoas com perfil de assediador, e sem a ação delas o problema não ocorreria. Porém, é interessante observar que, em geral, as empresas escolhem justamente essas pessoas para as posições de gestão "estratégica". Decisões assim acabam com a credibilidade de qualquer discurso interno da empresa condenando o assédio, como se houvesse de fato uma política de combate a essas práticas. O problema, como se vê, é muito mais complexo do que a forma como costuma ser abordado.

No caso dos empregados da Caixa, também não é possível deixar de mencionar o GDP/Caixa - Gestão de Desempenho de Pessoas, já parcialmente implantado, e que faz parte da estratégia de gestão de pessoas. Tal programa é baseado, como afirma a própria empresa, no sistema de meritocracia, que é uma forma injusta de “classificar” as pessoas, pois parte de parâmetros nivelados, como se não houvesse diferenças entre elas, e acaba se tornando um instrumento no "aperfeiçoamento" das práticas do assédio.

Em vez de se preocupar com a questão humana, como o nome Gestão de Desempenho de Pessoas poderia sugerir, o GDP no fundo é um programa de cobrança por produtividade, premiando (ou punindo) os empregados à medida que cumpram ou não uma determinada meta individual estabelecida para um período de seis meses.

A cobrança por metas individuais é, na verdade, o grande fator de risco do assédio moral, há vários anos, nos bancos, já que não respeitam as diferenças de perfis dos trabalhadores e muito menos seus limites físicos e psicológicos, levando, infelizmente, alguns empregados até à atitude extrema de dar cabo à própria vida.

Também é importante lembrar que a cláusula 58 da Convenção Coletiva dos Bancários, da qual a Caixa é signatária, prevê a possibilidade de denúncia de casos de assédio e outras violências psicológicas por parte dos empregados, preservando a(s) identidade(s) do(s) denunciante(s), dando prazo à empresa para apurar e tomar as devidas providências. Essa cláusula, embora da maior importância, tem sido pouco utilizada pelos bancários em geral e pelos da Caixa em especial. Nossos canais de comunicação estão abertos para o envio de dúvidas, relatos e denúncias.

Fonte:Fenae

 

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