Ato em defesa da Caixa 100% pública acontece nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados

25/02/2015 - Por Bancários CGR

A Fenae, a Contraf/CUT e o gabinete da deputada federal Erika Kokay (PT/DF) promovem nesta quarta-feira, dia 25 de fevereiro, o ato em defesa da Caixa 100% pública. O evento vai ocorrer na Câmara dos Deputados (auditório Freitas Nobre – Anexo 4) das 9h30 às 18h. Além de dirigentes das duas entidades e da própria parlamentar, vão participar representantes das principais centrais sindicais (CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas), de federações e sindicatos de bancários, de movimentos sociais e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O objetivo do ato, segundo o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, é debater o assunto não apenas sob a ótica de sindicalistas e economistas, mas também dos empregados do banco, dos usuários e da sociedade. “A Caixa mostra todos os dias a importância que tem na vida do povo, principalmente dos mais carentes. Tem conquistado clientes, emprestado recursos para habitação e injetado bilhões de Reais na economia. Ao mesmo tempo, é protagonista no desenvolvimento social do país, fazendo o pagamento de programas sociais e para o trabalhador, e destinando recursos para áreas como infraestrutura e saneamento”, diz.

A parte da manhã será marcada pelas manifestações de dirigentes de entidades do movimento sindical e associativo, bem como da deputada Erika Kokay. “A abertura de capital representaria o resgate de propostas, já derrotadas em um passado recente, de enfraquecimento da Caixa Econômica Federal. A consequência previsível seria a transferência das operações lucrativas para os bancos privados. Isso não interessa aos brasileiros”, argumenta a parlamentar.

Já no período da tarde, o ato em defesa da Caixa 100% pública prevê uma apresentação feita por Felipe Miranda, técnico da subseção do Dieese na Fenae, seguida por manifestações de Fernando Neiva e Maria Rita Serrano (representantes dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa), e de Donizete Fernandes, do Fórum Nacional de Reforma Urbana. Em seguida, haverá espaço para debate entre os presentes.

Programação do ato
Mesa da manhã
Érika Kokay (deputada federal pelo PT/DF e empregada da Caixa).
- Jair Pedro Ferreira (presidente da Fenae).
- Carlos Cordeiro (presidente da Contraf/CUT).
- Carmem Helena Foro (vice-presidente da CUT).
- Emanoel Souza de Jesus (CTB).
- Ideomar Casagrande (Intersindical).
- Juary Luiz Chagas (CSP/Conlutas).

Mesa da tarde
- Fabiana Matheus (coordenadora da CEE/Caixa – Contraf/CUT e diretora de Administração e Finanças da Fenae).
- Fernando Neiva (representante-titular dos empregados no Conselho de Administração da Caixa).
- Maria Rita Serrano (representante-suplente dos empregados no Conselho de Administração da Caixa).
- Felipe Miranda (técnico da subseção do Dieese na Fenae).
- Donizete Fernandes (coordenador do Fórum Nacional da Reforma Urbana – FNRU).

Minuta do manifesto
A ideia é de que, ao final do evento, sejam aprovados um manifesto e propostas de atuação. “Vamos mostrar que as entidades estão unidades em torno da Caixa 100% pública e chamar toda a sociedade para essa luta contra um suposto fatiamento do banco. Na sexta-feira, dia 27, será a vez dos empregados de todo o país se manifestarem nas agências e nas redes sociais. Não há razão para abrir o capital da empresa. E o engajamento de todos é fundamental para conquistarmos mais essa vitória”, afirma o vice-presidente da Fenae, Clotário Cardoso.

Cresce a mobilização

O ato na Câmara dos Deputados é mais um dos eventos da Campanha Caixa 100% Pública em defesa da instituição pública federal e contra a abertura de capital da empresa.

Já na quinta-feira (26) o debate será levado para a Marcha dos Trabalhadores, que vai ocorrer em várias cidades.

O Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública, em 27 de fevereiro (sexta-feira), vai movimentar unidades e empregados do banco em todo o Brasil. A iniciativa é da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa – Contraf/CUT), e a proposta é de que os trabalhadores realizem ações nas agências e postem fotos nas redes sociais segurando o cartaz com a frase "Eu defendo a Caixa 100% pública". Milhares de cópias desse cartaz já chegaram às unidades. As imagens devem ser postadas com a hashtag #acaixaédopovo, e também podem ser enviadas para os sindicatos e para as Apcefs, bem como para o e-mail [email protected].

Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa – Contraf/CUT e diretora de Administração e Finanças da Fenae, convoca os bancários e as bancárias para a mobilização. "Essa é uma luta de todos nós. Precisamos fazer história nesse dia nacional de luta, com reuniões nos locais de trabalho, atos na porta das unidades e retardamento na abertura de agências, entre outros. Enquanto organizamos as ações, aguardamos a audiência que solicitamos com o governo para saber o verdadeiro posicionamento sobre essa suposta proposta de abrir o capital", diz.

Ações nos estados
As mobilizações das entidades e dos trabalhadores por uma Caixa 100% pública têm ocorrido em diversos estados. As primeiras aconteceram em 12 de janeiro, dia em que a empresa completou 154 anos. Em Brasília, a manifestação foi realizada em frente à Matriz. Em Fortaleza e João Pessoa, na porta de agências. Em outros locais como Belo Horizonte, Curitiba, Recife e São Paulo, foram divulgados artigos, cartas abertas, manifestos, notas e publicações.

"Na ocasião do aniversário, divulgamos um editorial no qual lembramos que o caráter social foi a marca do banco desde o seu surgimento. Foi na instituição que os escravos pouparam para comprar suas cartas de alforria. Apenas uma Caixa 100% pública será capaz de combinar atuação comercial e concorrência bancária com essa função de investir na melhoria de vida dos brasileiros", afirma Natascha Brayner, diretora de Comunicação e Imprensa da Fenae.

No dia 20 de janeiro, protestos foram promovidos nas cidades baianas de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Vitória da Conquista, Ilhéus, Itabuna, Juazeiro, Jacobina e Irecê, e em Aracaju (SE). Vestidos de preto, os empregados rechaçaram qualquer tentativa de fatiar a Caixa. "Manter a empresa 100% pública é a garantia de que o Estado brasileiro tenha uma ferramenta eficiente para intervir no sistema de ameaças e crises internacionais", ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza de Jesus.

No dia 22 de janeiro, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou o seminário "Os impactos da abertura de capital da Caixa". Fernando Neiva, representante-titular dos empregados no Conselho de Administração (CA) do banco, foi um dos participantes. "Todos os empregados devem se engajar nessa luta. Não podemos ter medo. É preciso firmeza e coragem para vencer mais esse desafio", declarou. Em visita a Belém e Marabá, no Pará, nos dias 26 e 27, Neiva visitou unidades e conversou com os trabalhadores.

Em São Paulo, também em 27 de janeiro, delegados sindicais se reuniram para discutir o assunto. Já no dia seguinte, empregados se uniram em um abraço simbólico ao prédio do banco, na Avenida Paulista. "Defendemos uma Caixa com um peso econômico e social de extrema importância. Passam por ela 35% do PIB brasileiro", observa Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro da CEE/Caixa - Contraf/CUT.

No dia 28, foram realizados debates em mais quatro estados: Rio Grande do Sul, Pará, Acre e Piauí. No centro histórico da capital gaúcha, houve um ato em frente à Agência Praça da Alfândega. "A importância dos bancos públicos tem sido reforçada todos os dias. Na crise de 2008, enquanto os privados limitaram o crédito, instituições como a Caixa disponibilizaram mais dinheiro e ajudaram a evitar a recessão. Não há motivo para privatizar um banco que é aliado do Estado e da população", diz Devanir Camargo da Silva, diretor executivo da Fenae.

No Paraná, o assunto foi discutido em uma reunião organizada pelo Sindicato dos Bancários de Umuarama, Assis Chateaubriand e Região, no dia 6 de fevereiro. Genésio Cardoso, diretor da Fetec-CUT/PR e membro da CEE/Caixa - Contraf/CUT, frisa: "Vamos combater com todas as nossas forças esse ataque contra a empresa. Assumimos o compromisso de criar, em 3 de março, um fórum estadual em defesa do banco, de caráter permanente, em parceria com entidades, órgãos públicos e movimentos sociais. No dia 27, Dia Nacional de Luta, daremos um abraço no prédio da Caixa da Praça Carlos Gomes".

A manutenção da Caixa 100% pública também foi tema de um seminário em Recife, realizado no dia 9 de fevereiro pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Maria Rita Serrano, suplente eleita da representação dos empregados no CA, lembrou que o capital do Banco do Brasil foi aberto na década de 1970. "Naquele tempo, vivíamos uma ditadura e não tínhamos como lutar contra isso. Hoje, o país é outro e a democracia nos permite brigar com todas as nossas forças para impedir que esse tipo de medida afete a Caixa", frisou.

Já no dia último dia 11, o Sindicato dos Bancários e Financiários de Bauru e Região promoveu o Dia de Luta na Caixa, distribuindo camisetas pretas para os empregados da agência Centenário. A ação foi realizada em parceria com os sindicatos do Rio Grande do Norte e do Maranhão. Na capital potiguar, na mesma data, houve manifestação em frente à Superintendência da Caixa, ocasião em que foi lançada a campanha Caixa: 100% do Povo Brasileiro.

E a mobilização não para. No dia 23 de fevereiro, o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região promoveu o encontro de delegados sindicais da Caixa com o objetivo de discutir estratégias em defesa do banco 100% público. "Nós, dirigentes e delegados sindicais, mais uma vez temos um importante papel a desempenhar na mobilização da sociedade nessa luta", afirma Eliana Brasil, presidente do Seeb/BH e também integrante da CEE/Caixa – Contraf/CUT.

No dia 5 de março, em São Caetano (SP), o Sindicato dos Bancários do ABC vai realizar o seminário A Caixa Que Queremos. Participarão, entre outros, Carlos Caser (presidente da Funcef), Maria Rita Serrano (representante suplente dos empregados no CA da Caixa), Jair Pedro Ferreira (presidente da Fenae) e Fabiana Matheus (coordenadora da CEE/Caixa e diretora de Administração e Finanças da Fenae). Já para 17 de março está agendado um seminário em Salvador.

"Todas essas ações nos estados são de extrema importância no sentido de conscientizar a nossa categoria e convocá-la para a luta. Só com a participação dela e da sociedade será possível barrarmos qualquer tentativa de fatiar o banco. A manutenção da Caixa 100% pública é fundamental para que o Brasil continue a trilhar o caminho do desenvolvimento econômico aliado às conquistas sociais", ressalta Clotário Cardoso, vice-presidente da Fenae.

O diretor de Cultura da Federação, Moacir Carneiro, acrescenta: "A abertura de capital da Caixa só interessa ao setor privado, que está de olho no avanço do banco. No ano passado, a Caixa injetou quase R$ 700 bilhões na economia, cerca de 13,5% do PIB. São quase 80 milhões de correntistas e poupadores, um saldo de operações de crédito superior a R$ 605 bilhões e mais de 132 milhões de contas ativas do FGTS. Essa é a Caixa que queremos. Cem por cento pública, um patrimônio de todos os brasileiros".

Fonte: Fenae Net

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