O número de queixas contra os bancos voltou a subir em julho. De acordo com dados do ranking de instituições mais reclamadas, divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira 17, as reclamações registraram aumento de 1,32%. Ao todo, foram 618 casos no mês passado, considerando as instituições financeiras com mais de um milhão de clientes, contra 610 registrados um mês antes.

No sétimo mês do ano, o Banco do Brasil ocupou o primeiro lugar do ranking realizado pelo BC depois de ter sido liderada nos últimos dois anos pelo HSBC. O índice de reclamações foi de 0,62 a cada 100 mil pessoas. Na sequência vieram Itaú, Bradesco, HSBC e Santander.

Frente ao mesmo mês de 2009, o número de reclamações contra bancos também foi maior. Ainda considerando aqueles com mais de um milhão de clientes, as queixas contra as instituições bancárias aumentaram 14,45%, já que naquele mês o total de reclamações somou 540.

O Banco do Brasil também é campeão pelo segundo ano seguido em assédio moral e falta de condições de trabalho, conforme consulta feita com os bancários em São Paulo, destaca William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e funcionário do banco.

Para ele, a liderança no ranking de reclamações do BC vem coroar a incorporação mal planejada da Nossa Caixa, sem dialogar com o sindicatos e ouvir as reivindicações dos trabalhadores. O processo de incorporação trouxe o caos nas agências nos últimos dois meses. O banco não treinou os funcionarios, fez transferências sem prazo adequado para transição. A consequência disso são clientes aguardando horas para acessar suas contas e funcionarios adoecidos. Os bancários reivindicam mais contratações, treinamento, respeito aos clientes, e exigem que as pessoas estejam em primeiro lugar, completa William.

BC tem autoridade para punir

O Banco Central do Brasil tem autoridade para punir as instituições financeiras por qualquer descumprimento de normas emanadas da autoridade monetária, inclusive as que dizem respeito ao atendimento ao cliente bancário.

As punições previstas em lei não se limitam à abertura de Processo Administrativo, passando pela advertência e multa, podendo chegar, inclusive, à penalidade máxima de inabilitação para trabalhar no mercado financeiro.


Fonte: Contraf-CUT com InfoMoney