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Aumento nas metas e mudanças rotineiras no Conquiste contribuem para o adoecimento dos empregados

04/12/2020 - Por Bancários CGR

Os casos estão ocorrendo em unidades de todo o país. A rede de atendimento é uma das áreas mais afetadas pela ausência de orientação clara da direção da Caixa

É fato a falta de rumo da gestão Pedro Guimarães. A rede de atendimento é uma das áreas mais afetadas pela ausência de orientação clara da direção da Caixa Econômica Federal. O aumento nas metas e a alteração no Conquiste, sistema de mensuração e acompanhamento de resultados do banco, vêm prejudicando a gestão das unidades em todo o país. Como resultado disso, notas são derrubadas e o adoecimento dos empregados, que já estão trabalhando acima dos seus limites, tende a crescer de maneira abrupta.

Nos últimos dias, por iniciativa da Vice-Presidência Rede de Varejo (Vired), os empregados, com condições de trabalho cada vez mais precárias, foram surpreendidos com mudanças nas métricas, no volume das metas e até nos itens do Conquiste. Há relatos de itens excluídos e outros que foram incluídos, situação que não ocorria até recentemente. Parece até que a atual gestão do banco não sabe nem o que pretende medir, dado que as mudanças no Conquiste são rotineiras.

De acordo com denúncias divulgadas, um dos itens excluídos foi o “home broker”, que é o principal meio de acesso à Bolsa de Valores para negociar ativos como ações. Coincidência ou não, a cobrança sobre o “home broker” teve maior peso no período em que a direção da Caixa fomentava a perspectiva do IPO de áreas como a Caixa Seguridade em um horizonte mais próximo.

As frequentes alterações no Conquiste têm deixado os empregados indignados, apreensivos e inseguros. Algumas das situações emblemáticas ocorreram, por exemplo, em agências de São Paulo, com registro de queda de 10 pontos, em média. Isso porque, antes das mudanças, boa parte das unidades paulistas estava classificada em Alta Performance, muitas com metas batidas até o fim do ano.

No caso de São Paulo, sem aviso prévio e nem diálogo com os trabalhadores e as entidades representativas, a reversão do quadro de Alta Performance para um patamar ainda incerto e ignorado causou pânico e preocupação nos locais de trabalho. A suspeita dos empregados é de que a medida, como resultado da falta de planejamento da Vired, visa prejudicar a avaliação das unidades e suas equipes. Ocorre que a nota do Conquiste é utilizada pelo banco como parâmetro do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), sendo útil ainda para descomissionamentos, Processos Seletivos Internos (PSIs), transferências e Bônus Caixa.

Para Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), a gestão pelo medo tem aumentado na Caixa. Segundo ela, as metas, o Plano de Desligamento Voluntário (PDV) e a reestruturação têm piorado ainda mais as condições de trabalho já precárias dos empregados. “É sempre mais do mesmo: os trabalhadores já estão estafados com as jornadas surreais. A toda hora, a direção do banco muda as metas abusivas e aumenta o assédio”, denuncia.

A dirigente aponta como preocupante o fato da Caixa não fazer planejamento, debate com os trabalhadores e as entidades representativas, nada, apesar de alterar constantemente o Conquiste. Tal situação, segundo ela, vem prejudicando as condições de trabalho dos empregados e ampliando as aglomerações nas agências, no momento de aumento da Covid-19 e de locais de trabalho sendo extintos.

“Temos de intensificar nossos protestos e mostrar nossa indignação”, afirma Fabiana Uehara. E lembra que a reivindicação para reduzir as metas vem sendo feita pela Comissão Executiva dos Empregados desde o início da pandemia, embora recentemente o banco tenha reajustado as metas com duplicação em algumas situações. “É uma falta de respeito o que a Caixa está fazendo com os empregados. A meta da direção da empresa deveria ser preservar a vida dos empregados e da população”, reitera a coordenadora da CEE/Caixa.

Fonte: Fenae

 

 

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