Bancário com deficiência se queixa ao Bradesco e é demitido
10/09/2014 - Por Bancários CGR
O Bradesco demitiu um bancário com deficiência após ele voltar de afastamento médico causado por complicações decorrentes de uma lesão na coluna. A dispensa ocorreu dias depois do seu retorno, mesmo com cirurgia agendada e com laudo atestando que o adoecimento se deu por causa do mobiliário inadequado no ambiente de trabalho.
Paulo (nome fictício) trabalhava na Bradesco Promotora há pouco mais de três anos, em São Paulo. Nos últimos meses passou a sentir dores nas costas. Segundo ele, após consultas e afastamentos, o médico forneceu o laudo e o orientou a mudar de cadeira.
Foi quando o bancário acionou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Seus representantes responderam que as cadeiras atendiam ao modelo padrão do banco. Alguns dias depois, veio o desligamento.
"Achei a minha demissão injusta. Sempre fiz o meu trabalho, sempre cheguei no horário", afirma Paulo. "Agora que estou às vésperas da cirurgia na coluna e tive um afastamento por causa do problema, fui demitido. Isso nos faz sentir insignificantes. Não somos tratados como pessoas, apenas como números, que quando não atendem mais às expectativas, são descartados sem consideração nenhuma", desabafa.
Denuncie ao Sindicato
A diretora do Sindicato, Maria de Lourdes Alves da Silva, a Malu, alerta que muitos bancários acabam prejudicados ou mesmo demitidos quando informam problemas aos canais internos do banco, como a Cipa ou a SA 8000. Ela ressalta que em casos como o relatado, os bancários devem acionar o Sindicato e jamais o banco.
"Infelizmente nossos trabalhadores muitas vezes acreditam que o banco vai tratá-los com dignidade. Ledo engano. É para isso que existe o Sindicato, para denunciar todas as injustiças praticadas dentro dos locais de trabalho e buscar avanços nas negociações para que demissões imotivadas não aconteçam", acentua Malu.
A dirigente sindical acrescenta que o Sindicato cobrou a reintegração do bancário, mas os responsáveis pelo RH informaram que o banco não recuaria da demissão. "Agora vamos lutar por seus direitos na Justiça", afirma Malu.
Fonte: Rodolfo Wrolli - Seeb São Paulo