Bancários de todo o país protestam contra o Santander
30/03/2022 - Por Bancários CGR
“A gestão do banco espanhol no Brasil aplica uma política muito prejudicial aos funcionários, com cobrança abusiva de metas, sobrecarga de trabalho, fechamento de agências, gerando demissões e ou realocações… São medidas que transformam o ambiente de trabalho em um caos, causam o adoecimento dos trabalhadores e prejudicam o atendimento aos clientes”, explicou o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o Santander, Mario Raia.
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander), Lucimara Malaquias, explicou que os trabalhadores querem negociações com o banco. “O banco precisa tomar medidas efetivas, que resultem em melhorias para os trabalhadores”, disse.
Pandemia não acabou
Mas, o estopim para as manifestações foi a convocação pelo banco de todos os trabalhadores, mesmo os que têm doenças que podem ser agravadas pela Covid-19, incluindo grávidas e funcionários não vacinados, para o trabalho presencial a partir de 4 de abril.
“Não concordamos com o retorno dos trabalhadores com comorbidades ao trabalho presencial. Ainda não podemos falar em fim da pandemia. Essa medida é uma temeridade, principalmente com a chegada da variante Deltacron no Brasil e no mundo”, ressaltou a coordenadora da COE Santander. “Quem determina o fim da pandemia é a OMS (Organização Mundial da Saúde), não o governo federal e muito menos o banco”, completou.
No dia 18, depois de o banco ter convocado todos seus funcionários para retornar ao trabalho presencial, a Contraf-CUT e demais entidades de representação dos trabalhadores (sindicatos e federações) e associativas dos funcionários do Santander e antigo Banespa (Afubesp) enviaram um ofício ao banco reforçando a posição contrária ao retorno e elencando reivindicações do movimento sindical na tentativa de minimizar os impactos e riscos para esse grupo. Entre elas:
- a reivindicação de que se mantenha a obrigatoriedade do uso de máscaras, independentemente da legislação local;
- e que a equipe médica do Santander forneça um documento no qual especifique tecnicamente quais são as medidas que o banco está tomando para garantir a segurança, a saúde e a vida dos trabalhadores de maior risco.
Além disso, o movimento sindical está tirando um calendário de lutas e denúncias contra o Santander. “Aumentaremos a mobilização nacional contra essas medidas e estamos estudando, inclusive, denúncias formais a órgãos competentes”, concluiu a Lucimara.
Tuitaço
Além das manifestações realizadas na parte da manhã nas portas de agências e departamentos do Santander, houve manifestações nas redes sociais entre 15h e 16h, com a hashtag #SantanderNosRespeite, que alcançou a sétima posição entre os assuntos mais comentados do país em determinado momento.