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Bancários do Banco do Brasil decidem paralisar atividades na quarta-feira 10

06/02/2021 - Por Bancários CGR

Em assembleia virtual, os trabalhadores deliberaram por iniciar estado de greve contra a reestruturação que prevê fechamento de centenas de unidades, desligamento de milhares de trabalhadores, descomissionamento de funções e a extinção do cargo de caixa 

Em assembleia virtual, os bancários do Banco do Brasil da base de atuação do Sindicato, deliberaram pela deflagração de estado de greve, e de paralisação na quarta-feira 10 de fevereiro.

A decisão dos trabalhadores foi nesta sexta-feira 5 e é mais uma etapa da reação contra a reestruturação anunciada em janeiro pela direção do banco, que prevê fechamento de centenas de unidades, desligamento de milhares de trabalhadores, descomissionamento de funções e a extinção do cargo de caixa.

Os  bancários do Banco do Brasil já  realizaram atos nacionais no dia 15 e no dia 21 de janeiro. Em 29 de janeiro foi realizada uma paralisação de 24 horas. Também houve mobilizações nas redes todos estes dias.

Os funcionários exigem negociação e transparência e reforçam que não irão aceitar passivamente este desmantelamento do Banco do Brasil.

Encolhimento do Banco do Brasil - A reestruturação pretende demitir 5 mil bancarios por PDV, fechar 361 unidades – sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento –, e descomissionar centenas de funções.

O aumento da digitalização bancária é o principal argumento do governo federal para colocar em prática a reestruturação.

Este processo crescente de digitalização inclui as classes média e alta, mas exclui as camadas mais vulneráveis. Ao tomar esta decisão, a direção do banco está tirando o atendimento dessas pessoas de renda mais baixa e atacando diretamente o papel do BB de indutor da economia, principalmente para as micro e pequenas empresas.

BB é essencial nas crises - Durante a crise causada pelo coronavírus, o Banco do Brasil concedeu R$ 6,6 bilhões em crédito para 110 mil micro e pequenas empresas por meio do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). Para efeito de comparação, por meio do mesmo programa, o Itaú concedeu R$ 3,9 bilhões para 42 mil empresas.

Redução dos bancos públicos - Por outro lado, entre 2014 e 2020 o Banco do Brasil fechou 19,5 mil postos de trabalho (variação negativa de 17,5%) e a Caixa 16,9 mil (variação negativa de 16,9%), enquanto o Bradesco abriu 414 vagas (variação positiva de 0,4%), o Itaú fechou 1.920  (-5,1%), e o Santander 4,1 mil (-8,4%).

Mais lucro, menos funcionários e exclusão bancária - Entre 2016 e 2019, o lucro líquido ajustado do BB apresentou crescimento de 122%, passando de R$ 8,033 bilhões em 2016 para R$ 17,848 bilhões em 2019. No mesmo período, o banco fechou 19% das agências e reduziu o quadro de funcionários em 16%.

A redução de milhares de postos de trabalho, o fechamento de centenas de unidades e a extinção da função do cargo de caixa resultará, para a sociedade, no enfraquecimento da função social do banco público, bem como na elitização do seu atendimento. Para os bancários, representará mais sobrecarga de trabalho e rebaixamento de cargos. É um processo que favorece a classe alta e os acionistas e não beneficia nem os funcionários e muito menos a população. 

Ressaltamos que muitos municípios brasileiros só contam com agências do Banco do Brasil, porque não interessa aos bancos privados atuar em localidades que não trazem retorno.

Mobilização de todos - O Sindicato reforça a importância da adesão dos bancários à paralisação, assim como o diálogo e a mobilização com a sociedade em defesa da função pública do banco. A luta em defesa da função social do banco é de toda a sociedade.

Fonte: Seeb-CGR com informações do Seeb-SP

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