Bancários do Itaú contestam critérios usados em programa de remuneração
23/08/2011 - Por Bancários CGR
Os bancários do Itaú estão insatisfeitos com os critérios utilizados  pela empresa para o pagamento da Participação dos Resultados (PR),  avaliado por meio do programa AGIR, um dos programas próprios de  remuneração do banco. Enquanto alguns trabalhadores receberam o valor  efetuado em 19 de agosto, a maioria não recebeu absolutamente nada. 
 
 "Os trabalhadores não conseguem atingir a pontuação imposta pela empresa  porque os critérios não são transparentes. Os bancários reclamam da  demora para divulgar as informações, o que torna impossível atingir a  meta estabelecida", afirma Jair Alves, diretor da Contraf-CUT. 
 
 Segundo Jair, o programa também não valoriza o empenho de todos os  trabalhadores. "Os gerentes operacionais e os de contas tem sido  bastante prejudicados com o método adotado no AGIR. Houve trabalhadores  que receberam mais do que outros no ano passado, exatamente por este  problema de critério. Por exemplo, o item relacionado às metas  constantemente sofre modificações", afirma Jair. 
 
 O lucro líquido do Itaú Unibanco atingiu R$ 7,133 bilhões no primeiro  semestre, com alta de 11,5% no confronto com igual período no ano  passado. "O lucro foi absurdamente alto e só foi conseguido com o  esforço de todos os funcionários, inclusive sob forte pressão de  cumprimento de metas. Então por que apenas os elegíveis podem participar  do AGIR", indaga o dirigente da Contraf-CUT. 
 
 Jair ressalta ainda que os critérios do programa têm que ser mais claros  e divulgados no início do ano. Além disso, "as regras não podem ser  mudadas no meio do jogo como vem ocorrendo", critica o dirigente da  Contraf-CUT. 
 
 "Fale Francamente"
 
 O Itaú realiza junto aos trabalhadores uma pesquisa de clima  organizacional, intitulada "Fale Francamente". Segundo a empresa, o  objetivo é avaliar de forma periódica o nível de satisfação dos  funcionários com relação a vários aspectos como carreira, remuneração,  ambiente de trabalho, comunicação interna e liderança, e competitividade  e imagem do banco. 
 
 Porém, os bancários denunciaram que foram assediados para avaliar  positivamente, tanto a empresa como os gerentes. O preenchimento do  questionário foi realizado anterior ao pagamento da PR. 
 
 "Essa imposição por parte de alguns gestores fere a liberdade e a  vontade dos bancários. O resultado da pesquisa deve ser um instrumento  para que o banco aplique em políticas e ações que proporcione melhorias  para a instituição e seus trabalhadores", conclui Márcia Basquera,  diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Fonte: Contraf-CUT
