Bancários reivindicam melhores condições de trabalho nos bancos

27/10/2010 - Por Bancários CGR

Após cinco rodadas de negociação, os banqueiros ainda não apresentaram proposta para combater as metas abusivas que atormentam a vida dos trabalhadores dos bancos.

A luta contra essa política, apontada como uma das causas do assédio moral nas instituições financeiras, foi citada como prioritária por 75% dos bancários que responderam em junho à consulta sobre a Campanha Nacional 2010.

O Comando Nacional dos Bancários tem insistido nas negociações com a Fenaban sobre a necessidade de uma nova forma de gestão que priorize o ser humano. Outro banco é preciso com as pessoas em primeiro lugar.

A dor dos bancários

Os relatos abaixo foram colhidos pelo Sindicato, por telefone ou pelo site do Sindicato dos Bancários de São Paulo:

Sem paz e sem sono - Trabalhamos num call center. Vender o dia todo sob metas abusivas que tiram nossa paz e sono. Somos cobrados todos os dias e, quando não vendemos, nos sentimos os piores funcionários do mundo. Vivemos movidos a antidepressivos. Onde isso vai nos levar?

Nunca é o suficiente - Na minha última agência a gerência é meio louca, meio caubói. Gritam com a gente, batem no tampo da mesa, ameaçam descomissionamento etc. A gente vende todo dia e nunca é suficiente. Meu colesterol subiu para mais de 270 e minha pressão chegou a picos de 17 por 11. Eu fiquei tomando remédios para ansiedade por seis meses, até que decidi mudar de agência para ver se melhorava.

Assédio no Call Center - Trabalho num Call Center, e tem supervisor que não está na profissão certa. Ele entra nas ligações para questionar por que eu não havia abordado o cliente, nem olha para mim quando não vendo. Acabei com depressão, gastrite, esofagite e colesterol alto devido ao estresse. Nem posso conseguir outro emprego enquanto não curar as doenças que adquiri no banco. São metas, metas e metas, metas de vendas, aderência... Enfim, o banco exige e não dá nada em troca.

Metas abusivas - As metas da área comercial agora são semanais e ainda temos de passar previsão de negócios a fechar na semana seguinte. Os gerentes são mandados para células para ligar para clientes e oferecer crédito pessoal e, mesmo quando atingem essa meta, são cobrados por conta corrente, seguro, previdência, capitalização. Isso sem contar as constantes ligações, antes das 9h, para saber se já tem gerente-geral e gerente de atendimento na unidade e após as 21h para celulares dos bancários. Tenho falta de ar e muita dor no peito. Isso não é vida para os funcionários.

Pressão insuportável - Sou funcionário há 28 anos no banco e estou na sexta gerência. Mesmo assim, tem dia que penso em entregar a comissão. O superintendente liga três vezes ao dia, passa trinta torpedos, faz áudio-conferência e cobra a toda hora, inclusive fazendo piadinhas de mau gosto. Não sei como isso vai terminar, mas sei que está acabando com a minha saúde e de minha equipe.

Condições de trabalho pioraram - Quando você fica entre os 25% com menos produção, o gerente regional liga para humilhar dizendo: `você esta prejudicando a performance de sua agência, você está destoando do resto da equipe`. Na teleconferência os titulares são cobrados a pressionar mais seus gerentes. Estou com insônia, dores de cabeça e me sentindo o pior profissional do banco.


Fonte: Seeb São Paulo

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