Banco do Brasil mente em informativo interno

07/12/2012 - Por Bancários CGR

Banco afirma que Ministério Público está de acordo com suas práticas antissindicais, o que é mentira

O Banco do Brasil soltou um informativo interno a seus funcionários na manhã desta sexta-feira, 07 de dezembro, afirmando que o Ministério Público está em concordância com as atitudes do banco em relação à compensação das horas paradas durante os dias de greve da campanha salarial. Leia o trecho do comunicado do BB:

"Na ocasião, a representante do MP reconheceu que o Banco, além de já ter cumprido sua parte no acordo - não descontar os dias parados -, tem o direito de exigir a compensação correspondente. Verificando, ainda, que o Banco e os sindicatos têm interpretações diversas em relação à referida cláusula, e que as normas da Empresa não foram editadas com caráter antissindical, o MP sugeriu que o Banco enviasse comunicado aos gestores esclarecendo o tema, o que foi prontamente aceito pela Empresa."

O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região esclarece que isto não é verdade. Em audiência realizada no MP no começo desta semana, a procuradora responsável pelo caso afirmou que “O Banco do Brasil está buscando a compensação sem razoabilidade”, segundo relato da dirigente do Sindicato e representante do Paraná na Comissão de Empresa (CE/BB), Ana Smolka,que participou da audiência com o MP.
Ana Smolka conta ainda que a procuradora reforçou que o ambiente de trabalho se torna péssimo devido às práticas do BB, deixando o trabalhador com medo de aderir à greve em anos seguintes, sendo que está em seu direito:

“Vamos arrumar esta IN, que está muito subjetiva. O trabalhador deve entender que não há problemas em fazer greve e que ele não será punido com cancelamento de férias ou abonos. É uma interpretação restritiva, quando o juiz ler vai interpretar como punição e mandar reverter, tanto que foi concedida liminar proibindo esses cancelamentos. Vocês (BB) estão buscando a compensação sem razoabilidade e precisamos buscar um entendimento mediano. Vocês tiveram tempo e espaço para avançar na cláusula, mas agora o que parece é um exercício arbitrário, em busca de seus interesses apenas”, disse a procuradora durante audiência.

A procuradora questionou, ainda, qual seria o prejuízo do banco em manter o modelo de compensação como nos anos passados, já que não há prejuízos para o banco. A resposta do advogado que representava o Banco do Brasil foi de que o BB não pode fazer isso. “Quem sabe no ano que vem”, disse.

A procuradora, ainda, estabeleceu o prazo de 10 de dezembro para o BB reorientar seus administradores e alterar Instrução Normativa no parágrafo sobre as reavaliações de férias, abonos e licenças. Os bancários foram orientados a denunciarem o assédio moral em ação diferente, pois a audiência tratava da Instrução Normativa sobre as férias e abonos cancelados. A procuradora afirmou que vai avaliar os documentos e, se percebido indícios de assédio moral e perseguição aos grevistas, será aberta uma ação civil pública contra o Banco do Brasil.

Leia também: BB nega proposta do MPT para rever práticas antissindicais

Fonte: Seeb-Curitiba

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