Banco do Brasil Bancos

Banco do Brasil: Rubem Novaes volta a defender privatização

09/06/2020 - Por Bancários CGR

Brasília - O Banco do Brasil vai fechar agências bancárias, ampliar o atendimento digital, lançar um plano de aposentadoria incentivada e propor redução de jornada de trabalho para parte dos funcionários (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, defendeu novamente a privatização da instituição pública.   A declaração foi dada nesta segunda-feira (8) durante audiência virtual que acompanha as ações do Governo Federal no combate da pandemia de Covid-19. Como argumento, disse que o Banco Público deve ter dificuldades em se adaptar aos desafios tecnológicos e de gestão diante das mudanças que o Banco Central (BC) analisa para o setor.

“Apesar de extremamente eficiente, o Banco do Brasil concorre com outros bancos com bolas de chumbo amarradas a seus pés”, declarou, citando os mecanismos de controle ao qual o banco tem que passar.

“Não temos vantagem nenhuma por ser Banco Público e todos os ônus nos prevalece”, disse, referindo-se às amarras de ter que submeter decisões aos órgãos do governo. “Nossa política de RH é travada. Não pode demitir [um mau] funcionário com a mesma facilidade que o banco privado demite e assim por diante”, reclamou, na sequência. “Então, essas coisas todas vão pesando”, completou.

Segundo ele, 50% das ações do banco já são negociadas de forma privada.

Para João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, novamente Rubem Novaes ataca o funcionalismo ao dizer que existe uma trava para poder fazer demissões ou contratações.

“Atacar os funcionários é uma forma de desonrar a imagem do Banco do Brasil perante a sociedade sobre a real necessidade dele ser privatizado. Somos contrários à privatização do Banco do Brasil porque é um Banco Público que atua em vários setores que o banco privado não atuaria. O Banco Público tem o papel social muito importante”, completou.

Crédito

Na videoconferência com membros do Senado, Rubem Novaes também foi questionado pelo deputado Francisco Jr. (PSD-GO) os motivos da pouca oferta de crédito bem como das linhas de capital de giro não chegarem às empresas. Novaes respondeu que os bancos estão com dificuldades para atender todos os pedidos por conta da demanda.

“O Banco do Brasil agiu no sentido de dar mais liquidez no sistema bancário. Acontece que o aumento da demanda de crédito foi de tal ordem que está tendo a sensação de empoçamento, enquanto os bancos estão agindo”, disse. “Estamos trabalhando dentro do limite. Não temos problema de liquidez”.

Novaes disse que o Banco do Brasil já desembolsou R$ 136,8 bilhões em operações de crédito desde o início da crise provocada pelo novo coronavírus, sendo que do montante liberado, R$ 80 bilhões foram destinados a empresas; R$ 33,3 bilhões para pessoas físicas e R$ 23 bilhões para o agronegócio.

Nesse sentido, João Fukunaga aponta que o Banco do Brasil deveria ser “muito mais atuante” e não “tímido ou travado”, como o presidente do Banco Público coloca. “Infelizmente, quem está gerando esse problema com o Banco do Brasil é o próprio presidente, travando os mecanismos do Banco de atuar ao micro e pequeno empresário e também junto a agricultura e agronegócio”, considera.

“O Banco do Brasil é essencial para o Pais e essas declarações do presidente não ajudam; só mostram uma ideologia de direita e neoliberal de ataque às empresas públicas”, disse.

Fonte: Reconta Aí

Outras Notícias