Bancos privados devem demorar a entrar no programa de microcrédito
25/08/2011 - Por Bancários CGR
Os bancos privados devem demorar muito para entrar no novo programa de  microcrédito lançado ontem pelo governo, segundo avaliação de técnicos.  Afirmam que a forte redução nas taxas de juros - das atuais 60% ao ano  para 8% ao ano -, além do corte de 3% para 1% na taxa de abertura de  crédito - não abrirão o apetite das instituições privadas, mesmo com a  disposição do governo de oferecer até R$ 500 milhões em recursos do  Tesouro para compensar a "equalização".
 
 Na entrevista coletiva concedida após o lançamento do programa, ontem,  no Palácio do Planalto, o secretário-adjunto de política econômica do  Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou que, provavelmente,  os bancos privados devem optar, num primeiro momento, por repassar aos  bancos públicos parte do limite de 2% do total de recursos captados via  depósitos à vista.
 
 Na apresentação das medidas, tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o  ministro da Fazenda, Guido Mantega, provocaram o presidente da Federação  Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, presente na plateia.  Mantega, que falou primeiro, afirmou que "vamos ampliar os recursos para  o microcrédito e reduzir radicalmente os juros... o presidente da  Febraban está me olhando um pouco torto, mas é o que vai acontecer".  Pouco depois foi a vez de Dilma. "Tenho certeza de que nossos quatro  bancos públicos federais vão dar o exemplo, e que a Febraban, através do  Murilo Portugal, no futuro, tenho certeza, vai se engajar nesse  projeto". A avaliação de técnicos do governo é que a participação de  Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal servirá como "símbolo" de que o  programa de microcrédito é "atrativo".
Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico
