Bancos públicos ajudam o Brasil

29/01/2009 - Por Bancários CGR

altPaíses ricos afirmam que essas instituições têm dado uma certa “blindagem” ao Brasil, num reconhecimento de que a luta dos bancários em defesa dessas empresas e contra a privatização está no caminho certo

Faz quase vinte anos que o movimento sindical bancário luta intensamente pelo fortalecimento dos bancos públicos e contra todas as privatizações (e tentativas). Agora, no olho do furacão de uma das piores crises financeiras que o mundo já viveu, são justamente as instituições financeiras públicas que têm evitado que o Brasil seja atingido em cheio pelo terremoto que tem arrasado economias em todo o planeta.

Essa análise, aliás, não é feita pelo próprio Sindicato ou qualquer entidade de esquerda. Pelo contrário, é a elite econômica mundial quem diz que os bancos públicos têm dado ao Brasil uma certa “blindagem”. Na última segunda-feira, dia 26, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne os trinta países mais ricos, elogiou a situação do Brasil. Para o diretor do Centro de Desenvolvimento da OCDE, Javier Santiso, a ação dos bancos públicos para irrigar empresas com empréstimos, aliada à presença modesta de bancos estrangeiros, impede que a crise de crédito se alastre no país.

“O Brasil tem uma capacidade interna para manter o nível de crédito muito mais desenvolvida do que outros países em desenvolvimento. Bancos públicos como o BNDES e o Banco do Brasil geram uma capacidade adicional em matéria de crédito e se mostram presentes em momentos de crise. Antes se dizia que era uma catástrofe um Estado manter instituições públicas. Agora, estamos diante da nacionalização de bancos privados em todo o mundo” explica Santiso.

No último dia 12, pesquisa divulgada pela própria OCDE apontava que o Brasil é o país que menos sofreu com a crise econômica mundial.

Papel fundamental – O desenvolvimento do Brasil nos últimos duzentos anos se confunde com a história dos bancos públicos. Quando praticamente não havia bancos privados, cabia somente às instituições financeiras controladas pelo governo guardar as economias dos brasileiros, financiar a agricultura e investir em empresas. Mais recentemente, nos momentos de inflação elevada das décadas de 1970 e 1980, os bancos públicos emprestavam os recursos necessários para a construção de obras de infra-estrutura e criação de grandes empresas. Na crise internacional de agora, a história se repete. Segundo pesquisa da Fundação Procon-SP, somente o BB e a Caixa Federal baixaram os juros do cheque especial em janeiro, enquanto os bancos privados aumentaram as taxas e os spreads.

O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, lembra que a luta dos bancários pelo fortalecimento dos bancos públicos ganhou corpo nos anos 1990, quando os governos federal e estadual começaram a privatizar. “Desde 1994, quando teve início o processo de privatização do Banespa, o Sindicato intensificou a luta em defesa do patrimônio público, sobretudo os bancos. Hoje, neste momento crítico por que passa a economia mundial, o Brasil resiste e os organismos internacionais reconhecem que estávamos no caminho certo”.


Fonte: Seeb-SP

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