Bancos são parte do esquema da operação Lava-Jato

24/09/2014 - Por Bancários CGR

Bancos são parte do esquema da operação Lava-Jato. E agora?

A operação lava-jato, aquela que desmontou o esquema do doleiro Alberto Youssef, acaba de revelar novas e preciosas informações à sociedade. Segundo o jornal O Estado de São Paulo de hoje, 23 de setembro:

“Em depoimento prestado à Justiça Federal, o operador de câmbio Luccas Pace, réu no processo da Operação Lava Jato, afirmou que alguns bancos foram coniventes com o esquema de lavagem montado pelo grupo da doleira Nelma Kodama, também conhecida como "dama do mercado". Segundo ele, o grupo movimentava cerca de U$S 300 mil por dia. "O banco é conivente na movimentação financeira, porque se a mesma empresa, que não tem sede, que não tem radar, que não tem funcionários para, movimenta no dia, um valor que na verdade ela não teria condições de movimentar no mês, o banco também sabe o que está acontecendo", afirmou. Questionado pelo Ministério Público Federal, ele disse ainda que o grupo movimentava dinheiro em quatro bancos: Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander.”

Segundo ainda o Estadão, Luccas Pace chegou a detalhar a fraude do Bradesco dentro da operação:

“Além disso, ele cita ainda uma operação fraudulenta realizada pelo Bradesco que conseguia simular uma transferência de clientes que sequer tinham conta no banco. "Alguns bancos conseguiram, principalmente o Bradesco, criar um mecanismo onde ele fazia como se saísse uma TED de um cliente que nem conta tinha no Bradesco’”.

Embora estas revelações venham acompanhadas do cuidadoso rótulo de “conivência” dos bancos, fica evidente que os bancos são parte do mecanismo de lavagem e evasão do dinheiro da corrupção, ou melhor, não estão fora do esquema.

Não é à toa que os banqueiros almejam um Banco Central Independente, e por isso até se enfileiram atrás de candidaturas presidenciais como a de Aécio Neves e Marina Silva. Ou seja, querem ter as mãos completamente livres para ampliar seu controle sobre a circulação monetária e fiscal do país.

Resta ver se os senadores e os deputados da oposição terão a coragem agora – diante desta grave acusação contra os bancos – de intimar para depor no Congresso os presidentes do Itaú, Bradesco e Santander. Ou se restringirão a convocar apenas o Presidente do Banco do Brasil?

O Banco do Brasil, registra a matéria, informa que “o funcionário citado [por Luccas Pace] foi demitido do Banco do Brasil, por justa causa”. Medida positiva mas que merece ir mais fundo para prevenir-se contra este tipo de operações.

Depois deste novo escândalo de ilícitos envolvendo as famosas contas CC5 (criadas por FHC), estava na hora do governo fechar esta torneira e pensar numa maior segurança para o trâmite das divisas do país.

Fonte: Blog do André Machado com Seeb-Curitiba

Outras Notícias