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Banese reduz 22 postos de trabalho enquanto lucro trimestral mais que dobra
25/11/2025
Resultado do 3º trimestre contrasta com o fechamento de vagas e queda no número de clientes, apesar do crescimento da carteira de crédito

O Banco do Estado de Sergipe (Banese) registrou Lucro Líquido de R$ 91,9 milhões nos nove primeiros meses de 2025, uma queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2024. Mesmo assim, a instituição reduziu 22 postos de trabalho em doze meses, encerrando o 3º trimestre com 941 funcionários. No período, também houve o fechamento de um posto de atendimento e uma queda de mais de 43,7 mil clientes, totalizando 838.765 usuários.
No recorte trimestral, o desempenho foi bastante distinto: o lucro mais do que dobrou, saltando de R$ 23,1 milhões no 2º trimestre para R$ 47 milhões no 3º trimestre, alta de 106%. Segundo o próprio banco, o resultado reflete a expansão dos ativos de crédito e uma receita extraordinária ligada à operação de seguridade. Por outro lado, o lucro foi pressionado pelas despesas com provisões para operações de crédito de liquidação duvidosa, influenciadas também pelas novas regras das Resoluções CMN nº 4.966/2021 e BCB nº 352/2023.
A carteira de crédito totalizou R$ 5,1 bilhões, crescimento de 14,5% em doze meses e 3% no trimestre. O segmento de Pessoa Física representou a maior parte, com cerca de R$ 3 bilhões (59,7% do total), alta de 10,7% em um ano. A carteira para Pessoas Jurídicas chegou a R$ 400,5 milhões, avanço de 17,2% no mesmo período. Já a carteira de desenvolvimento — que inclui financiamentos imobiliários, crédito rural e outras modalidades — somou R$ 1,36 bilhão, com crescimento expressivo de 29,2%.
As despesas com PCLD subiram 27% em doze meses, totalizando R$ 132,5 milhões, enquanto as provisões para outros créditos caíram 5,7% no acumulado anual, embora tenham subido 12,6% no trimestre. A inadimplência acima de 90 dias ficou em 5%, aumento de 1,78 p.p. em um ano.
As receitas de prestação de serviços e tarifas cresceram apenas 0,4% em doze meses, alcançando R$ 177,7 milhões. Já as despesas de pessoal somadas à PLR caíram 0,1%, totalizando R$ 212,7 milhões. A cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias chegou a 83,2%, ligeira alta de 0,4 p.p. em doze meses.
Enquanto a carteira de crédito cresce e o banco alcança forte alta no lucro trimestral, a redução do quadro de funcionários e da base de clientes evidencia um movimento de enxugamento que impacta diretamente o atendimento e as condições de trabalho no Banese.
Fonte: Contraf-CUT
