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BNB: trabalhadores cobram concurso e expressam preocupação com microcrédito em reunião da mesa permanente

17/11/2025

A Contraf-CUT assessorada pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), realizou mais uma importante rodada da mesa de negociação permanente com a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O encontro aconteceu nesta quinta-feira, 13 de novembro, na sede administrativa do Passaré, em Fortaleza, e foi marcado pela firmeza dos representantes dos trabalhadores em cobrar melhorias e soluções para questões cruciais.

Participaram da reunião o presidente interino do BNB, Wanger Rocha, a diretora de administração e TI, Ana Teresa Barbosa, o novo diretor de Negócios, Vandir Farias Jr., e assessores.

Microcrédito

Um dos pontos de maior preocupação levantados pela Comissão Nacional foi a situação do microcrédito. Os representantes dos funcionários demonstraram grande apreensão com o processo já anunciado de criação de um grupo de trabalho para discutir uma possível licitação para selecionar os novos parceiros que irão operacionalizar os programas de microcrédito produtivo orientado. “Na última mudança realizada na operacionalização do Crediamigo, a fatia do mercado nacional nesse setor dominada pelo Banco caiu de 80% em 2021 para 43% em meados de 2023”, afirmou o coordenador da CNFBNB, Robson Luís.

Em resposta, o presidente Wanger Rocha reafirmou o compromisso do BNB com a boa gestão do microcrédito e o fortalecimento da instituição, garantindo que a questão será tratada com a cautela e a seriedade que merece.

Novo concurso e metas excessivas

Outra cobrança urgente dos dirigentes sindicais foi a realização de um novo concurso público. A necessidade é clara: suprir a demanda das agências, especialmente após as adesões ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). O Banco informou que chamará rapidamente todos os aprovados no cadastro de reserva do concurso atual, mas reconheceu que esse número é insuficiente para repor todas as saídas. Por isso, a direção buscará a aprovação de um novo concurso no próximo ano, respeitando os critérios para a realização em ano eleitoral.

A representação dos trabalhadores afirmou que o volume de negócios e o número de operações contratadas vêm crescendo muito a cada ano, e que o número de funcionários não cresce no mesmo ritmo, o que os sobrecarrega. Muitos já estão abrindo mão de suas funções comissionadas, principalmente gerentes de relacionamento, porque não conseguem mais dar conta das metas.

Plano de Cargos e Remuneração (PCR)

Os órgãos de controle propuseram alguns ajustes na proposta originalmente desenvolvida pela comissão paritária, criada especificamente para isso, com membros indicados pelo Banco e pela CONTRAF-CUT. Tais ajustes estão sendo simulados e analisados conjuntamente. Mas em resumo, a proposta está em estágio avançado de tramitação.

Reclassificação de Agências

Os dirigentes sindicais voltaram a destacar a necessidade de uma mudança na metodologia de reclassificação das agências. “A metodologia é claramente equivocada, pois algumas agências, que de acordo com a atual metodologia, seriam reclassificadas para baixo, com consequente redução da remuneração de seus gestores, só escapam do rebaixamento porque ficam em 1º, 2º ou 3º lugares no programa de ação. Isso é uma contradição óbvia”, concluiu Robson Luís.

O diretor de Negócios, Vandir Farias Jr., considerou a metodologia justa, mas se mostrou aberto a discutir melhorias com as entidades sindicais.

Endividamento dos funcionários

Em relação à saúde financeira dos trabalhadores, o Banco anunciou o programa “De Bem Com as Finanças”, que ofereceu 500 vagas (todas preenchidas) com consultoria individualizada para funcionários endividados. A diretora do Sindicato dos Bancários do Ceará e representante da Fetrafi/NE, Carmen Araújo, elogiou a iniciativa, mas fez um alerta importante: “O programa é essencial, mas já que se trata de uma consultoria individualizada, gostaríamos que o Banco levasse em consideração o refinanciamento de dívidas, com prazos maiores, porque só aconselhamento não resolve o problema dos funcionários”.

perder a função no início de 2025 por não conseguirem a aprovação na CPA-20 até o final do ano. O Banco esclareceu que 2025 será um ano de transição, mas está incentivando a obtenção, oferecendo plataforma de ensino e liberação do dia da prova, pois as certificações obtidas ainda esse ano terão uma transição mais simples para as novas certificações durante o próximo ano, e quem não conseguir obtê-las até o final do ano, terá que fazê-lo em 2026, com testes muito mais complexos que os das certificações atuais. Os dirigentes solicitaram uma nota de esclarecimento oficial para tranquilizar a categoria.

  • Abono do dia 31 de dezembro: O Banco informou que deve conceder novamente esse ano o abono solicitado pela CNFBNB, mas ainda como excepcionalidade.
  • Resultados dos grupos focais de gênero, de raça/cor, de mulheres e de PCD: O Banco está aguardando os relatórios finais de cada grupo para compartilhá-los com o movimento sindical, discutir os problemas diagnosticados e planejar as soluções.
  • Outras Cobranças: A Comissão também cobrou a contratação de empresa para manutenção de prédios com múltiplas unidades (edital em finalização), a criação de um canal para solução de conflitos do programa Convergente (em avaliação para 2026), a equiparação de gerentes executivos de centrais com os gerentes executivos DIRGE e a valorização das gerências médias das agências (ambas em avaliação), e o fim da autenticação em duas etapas com uso de celulares dos funcionários e o fornecimento de celulares corporativos para todos que usam o dispositivo para contactar clientes (em avaliação). O Banco também se comprometeu a apresentar dados sobre a conversão de vagas de caixa em auxiliar de negócio na próxima reunião.

A reunião reforça a importância da mobilização e da negociação permanente para garantir os direitos e a valorização dos trabalhadores do BNB.

Representação dos Funcionários do BNB na Negociação: Robson Luís – Coordenador da CNFBNB; Lusemir Carvalho – Sindicato dos Bancários do Piauí; Carmen Araújo (Fetrafi/NE) e Océlio da Silveira – Sindicato dos Bancários do Ceará; Fábio Sankley – Sindicato dos Bancários de Campina Grande; Fernando Antônio – Sindicato dos Bancários de Pernambuco; Iury Filgueira – Sindicato dos Bancários de Alagoas; Waldenir Britto – FEEB BA/SE; João Wellington – Sindicato dos Bancários de Sergipe; Jeane Marques – Sindicato dos Bancários da Bahia e Edson Gomes – FETEC Centro Norte.

Fonte: Seeb-CE

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