Sempre de olho no lucro, o Bradesco estima o quanto vai ganhar ao manter os funcionários trabalhando em casa pós pandemia, mesmo sem negociar com o movimento sindical. O banco pretende estabelecer o trabalho remoto, em média, uma semana por mês de forma permanente. A intenção é economizar no aluguel e vender alguns imóveis.
A informação reforça a necessidade da regulação do teletrabalho para a categoria. Um aditivo foi incluído na minuta de reivindicações em negociação com a Fenaban. Além não aceitarem corte de benefícios ou redução dos salários, os bancários querem impedir que os bancos decidam, unilateralmente, que os funcionários trabalhem de casa e as empresas não sejam responsáveis pelos custos e fornecimento dos equipamentos necessários, como mesas e cadeiras ergonômicas.
O Bradesco pode conseguir até R$ 800 milhões com a venda de ativos imobiliários e gerar economia anual de R$ 100 milhões em aluguel com o trabalho remoto dos quase 97 mil empregados. Quer dizer, desativando agências.
Por conta da pandemia de Covid-19, 94% da equipe administrativa do banco e metade dos funcionários da filial trabalham em casa atualmente. De acordo com o presidente do Bradesco, Octávio de Lazari, o retorno da maior parte dos trabalhadores deve começar, em setembro ou outubro, gradualmente aos escritórios.
Faz parte dos planos do banco cortar entre 5% e 7% dos custos, a partir do próximo ano, com a implantação do trabalho remoto e a diminuição do número de seguranças nas agências e economia com transporte de dinheiro em carro-forte, entre outros itens.