Em campanha de valorização, funcionários do banco cobram melhorias nos convênios médico e odontológico; nada mais justo em um setor altamente lucrativo e responsável por tantos adoecimentos
Os bancários do Bradesco seguem na luta por mais valorização pelo banco que lucrou R$ 8,7 bilhões apenas nos primeiros seis meses de 2015. Uma das principais reivindicações são melhorias no plano de saúde. “A lista de demandas é extensa, mas nada que um banco que ganha tanto, justamente em cima do esforço e, muitas vezes, da saúde dos trabalhadores, não possa arcar”, pondera o dirigente sindical Osvaldo Caetano.
Algumas das propostas são a inclusão dos pais dos funcionários no plano de saúde, o reembolso de 100% no valor de exames e consultas onde não há cobertura e a garantia do convênio na aposentadoria. Sobre essa última questão, há inclusive ação movida pelo Sindicato na Justiça. A cobertura de todos os procedimentos odontológicos, incluindo implantes, além da ampliação da rede credenciada dos planos de saúde e dental são outras demandas. “Temos recebido muitas reclamações dos bancários sobre este último ponto, principalmente em relação ao plano odontológico”, ressalta Osvaldo.
Bancos adoecem – O dirigente lembra que o ambiente profissional bancário é altamente adoecedor devido ao assédio moral e à pressão pelo cumprimento de metas abusivas, que causam principalmente transtornos psicológicos.
Segundo o INSS, entre 2009 e 2013, o número de bancários afastados por doenças cresceu 40,4%, enquanto o número geral de afastamentos no mesmo período cresceu 26,2%. Os benefícios acidentários por transtornos mentais e comportamentais concedidos a bancários entre 2009 a 2013 cresceu 70,5% (de 2.957 para 5.042), enquanto que nos demais setores cresceu 19,4%.
Em 2013, mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados. Desse total, 27% por transtornos mentais e comportamentais (como estresse, depressão, síndrome do pânico) e 24,6% por LER/Dort.
Somente entre janeiro e março de 2014, 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.
“O banco lucra bilhões a cada trimestre, batendo recorde atrás de recorde. E quando se trata da saúde dos seus funcionários, que são os responsáveis por tanto lucro, nossa pauta não é atendida. Precisamos nos manter mobilizados e continuar pressionando o Bradesco para que saiamos vitoriosos dessa campanha. A luta é de todos nós”, afirma Osvaldo.
Fonte: Rodolfo Wrolli com Seeb_SP