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Caixa desumaniza gestão de pessoas e transforma em gestão de resultados

20/04/2021 - Por Bancários CGR

Em mais um ataque aos trabalhadores, a Caixa está promovendo mudanças na gestão de pessoas que vão no caminho oposto ao que a área deveria tomar: desumaniza o tratamento aos empregados, como se fossem números ou só valessem pelas vendas que fazem para aumentar os resultados. Um dos exemplos mais graves foi a redução da PLR Social (o estabelecido em acordo coletivo de trabalho é a distribuição linear de 4% do lucro líquido, mas sem qualquer aviso ou negociação com os trabalhadores, o banco distribuiu apenas 3%), justamente num momento em que os bancários da Caixa se ocupam de uma tarefa social das mais importantes hoje para o país: o pagamento do auxílio emergencial em meio a uma crise humanitária. Mas há ainda outros exemplos.

Recentemente a gestão de pessoas, com o conhecimento de vice diretora da área, revogou normativos inteiros sem qualquer discussão com os empregados, entre eles o regramento das férias e o Apip (que prevê cinco folgas ao ano que podem ser usufruídas ou pagas aos trabalhadores). São conquistas dos empregados da Caixa, que vieram após muita mobilização e negociação em mesa, e estão previstas no nosso Acordo Coletivo de Trabalho. Estamos estudando a medida juridicamente e vamos questionar o banco. Esses normativos são fruto da negociação coletiva e qualquer supressão ou mudança teria de ser negociada com os sindicatos. Ao revogar esses normativos, o banco desvaloriza conquistas históricas e o diálogo com os trabalhadores.

A desvalorização dos empregados passa ainda por medidas que o banco só não levou a cabo porque encontrou resistência do movimento sindical, como condicionar o pagamento de 1 delta ao desempenho do bancário na GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas). A gestão de pessoas pressionou para que o delta só fosse dado a quem tivesse um bom posicionamento na GDP, ou seja, queriam vincular o pagamento ao cumprimento de metas. Mas na negociação conseguimos barrar essa medida e conquistamos o pagamento de 1 delta a todos os empregados.

Redução das Gipes

O descaso com que o banco trata seus empregados tem consequências na própria Gipes, que está sendo esvaziada e centralizada. “A Gipes em São Paulo contava com 80 empregados, e agora tem apenas 20. Reduziu a equipe a tal ponto que ela não consegue mais responder às demandas dos bancários. Em outros estados, as Gipes foram desmontadas e suas funções foram centralizadas em Brasília. E essa centralização contribui para a desumanização porque a Gipes de Brasília enxerga pessoas como números, pratica uma gestão financista. Foi a Gipes em Brasília que praticou a redução da PLR Social, por exemplo”, afirma Dionísio Reis, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancário da Caixa o dirigente.

Ele destaca ainda que a Gipes é a área do banco responsável pela negociação com os empregados, e seu esvaziamento também é uma forma de desqualificar o canal negocial com os trabalhadores.

Assembleia dia 22

O Sindicato convoca os bancários da Caixa Econômica Federal para assembleia remota/virtual que será realizada na próxima quinta-feira, dia 22, para deliberar sobre a proposta de decretação de Estado de Greve e indicação de paralisação de 24h no dia 27 de abril de 2021.

Participe!!!

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