Numa conjuntura de paralisação da economia e diminuição da renda, Caixa aumenta metas e submete empregados a mais pressão por resultados
Na última terça-feira 6, a direção da Caixa aumentou em R$ 2 milhões a meta de consignado do INSS em algumas agências. Os empregados, que já estão exaustos diante do aumento no número de atendimentos por conta do pagamento do auxílio emergencial e do FGTS, estão sendo cobrados para que cumpram mais de 120% das metas de venda de produtos.
Para o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto , em uma conjuntura de paralisação da economia que mantém mais de 13 milhões de pessoas sem emprego é uma atitude no mínimo irresponsável. "No caso do consignado, o público-alvo maior dessa linha de crédito é o idoso, que com dificuldade de utilizar os meios tecnológicos terão que ir às agências, e muitas estão operando com muitos colegas em home office”, conclui.
Além disso, sem qualquer explicação, as metas para o crédito consignado foram desmembradas, com a separação entre servidores públicos e aposentados. “Vergonha da área estratégica dessa empresa, que muda a regra do jogo no meio da partida. Nenhuma empresa decente faz isso. Ainda sumiram com um terço do realizado e aumentaram a meta”, desabafa um empregado, que preferiu não se identificar.
A direção da Caixa criou ainda um “Programa de Reconhecimento Regional” para “destacar os desempenhos extraordinários” na superintendência de rede. De acordo com as regras, cada unidade irá receber um “álbum de excelência” com o objetivo de completar todas as figurinhas até dezembro. A cada mês serão definidos quatro “selos de excelência” que simbolizarão as metas de vendas de produtos a serem batidas.
“É uma chacota da direção da Caixa – no meio da pandemia, com filas dobrando nas agências – inventar de fazer um álbum de figurinhas para ser completado com metas a serem batidas”, protesta outra empregada da Caixa.
“A Caixa diz que a meta é a vida, mas este tipo de gestão mostra que a prioridade não é a vida e muito menos a saúde dos empregados ou da população. É inaceitável que a direção do banco siga cobrando metas abusivas de produtos com rendimentos negativos em meio a uma crise econômica e social causada pela pandemia e que mantém 13 milhões de pessoas sem emprego e renda”, afirma Dionísio Reis, membro da CEE Caixa.
Com informações do Sindicato do Bancários de São Paulo/ Fenae