Caixa não atende reivindicações e ainda abre pacote de maldades na primeira negociação do ano
29/01/2016 - Por Bancários CGR
A retomada das negociações específicas com a Caixa, nesta quinta-feira(28), escancarou as verdadeiras intenções da direção da empresa: piorar as condições de trabalho e o atendimento à população, além de esvaziar o papel do banco público.
Durante a reunião, os interlocutores do banco anunciaram a abertura na próxima segunda-feira, 1º de fevereiro, de um novo PAA (Plano de Apoio a Aposentadoria) destinado a quem estiver aposentado pela Previdência Social até 31 de março deste ano e com mais de 48 anos de idade. De acordo com o banco, cerca de 11 mil trabalhadores em todo o país reúnem essas condições.
Esse será o segundo PAA em menos de um ano. O de março de 2015 resultou na saída de cerca de 3 mil bancários.O impacto desse tipo de medida pode ser avaliado pela liderança da Caixa no ranking de reclamações do Banco Central em sete dos doze meses do ano passado.
“A postura da direção da Caixa é um absurdo. Viemos para a reunião para cobrar mais contratações e o banco apresenta um plano para diminuir ainda mais o número de empregados. Os bancários já estão trabalhando sobrecarregados e a situação vai piorar ainda mais, já que os representantes do banco foram categóricos: não haverá novas contratações”, explica a diretora do Sindicato, Anabele Silva, que é empregada da Caixa.
Segundo Anabele, a sobrecarga de trabalho na Caixa tem adoecido os bancários e prejudicado os clientes e usuários, que enfrentam filas quilométricas. “Vamos intensificar os protestos que temos feito por mais contratações, acionar a Justiça e o Governo Federal. Não aceitamos esta postura da direção do banco que está sucateando a Caixa, um patrimônio do povo brasileiro”, completa Anabele.
Ela lembra que o banco está descumprindo o acordo coletivo de trabalho dos bancários, que determina a contratação de mais 2 mil funcionários até o final de 2015. “O ano acabou, o prazo para contratações terminou e, em vez de aumentar o quadro, a Caixa dispensou 3 mil colegas pelo PAA. E agora quer reduzir ainda mais o número de empregados. Vamos à luta, não só para proteger os bancários, mas para valorizar a Caixa enquanto banco público”, diz Anabele.
Os sindicatos vão organizar protesto nas redes sociais para o dia 25 de fevereiro e um Dia Nacional de Luta em 2 de março.
Reestruturação – Questionado sobre a reestruturação nas Girets (Gerências de Retaguarda), os negociadores do banco se limitaram a responder que foi colocado em prática um projeto-piloto em Brasília.A empresa também informou que o PSI (Processo Seletivo Interno) está suspenso devido à reestruturação.
Promoção por mérito – A instituição reiterou que o crédito da promoção por mérito ocorrerá em fevereiro, mas retroativo a 1º de janeiro. Também ficou de informar em 5 de fevereiro a quantidade de trabalhadores com um ou dois deltas e quantos não terão direito. Cada delta representa reajuste de 2,33% na tabela do Plano de Cargos e Salários (PCS).
PLR – A publicação do balanço da Caixa está prevista para o final de fevereiro. Diante disso, uma ressalva no acordo aditivo do banco permite o pagamento entre 1º e 31 de março (na CCT a data limite é 1º de março). Mas o Sindicato reivindica a antecipação.
Saúde Caixa – A Caixa também negou a redução da coparticipação aos assistidos baseada no superávit do plano. O movimento sindical vai insistir no tema, pois a Caixa já havia concordado, em mesa de negociação, em diminuir essa cobrança de 20% para 15% já a partir de janeiro deste ano. Os negociadores do banco afirmaram que essa redução não ocorreu porque foi rejeitada pelo Conselho Diretor da Caixa.
Fonte: Seec PE, com Seeb SP e Fenae