São Paulo – Os cinco maiores bancos do país – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa Econômica Federal – concentram 65% de todos ativos atualmente integrantes do Sistema Financeiro Nacional, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Há dez anos, o mesmo número de empresas tinha pouco mais da metade do total.

Os ativos – créditos, direitos, bens e valores a receber que o banco detém – fazem parte do indicador que melhor demonstra a concentração bancária. No ano 2000, os cinco grandes bancos tinham 45,6% deles. Em junho deste ano, represam 64,9%.

O que move os banqueiros para a concentração é previsível: lucros. Com ela, eles buscam reduzir o chamado custo de operação – com demissões, entre outros pontos – e também fazer economia em operações como compras e na área de tecnologia da informação. Quem paga a conta são os bancários dispensados e a sociedade, que, com a diminuição da concorrência, pagam mais pelos serviços oferecidos.

“Um outro banco é preciso. As instituições financeiras não devolvem, na forma de empregos e intermediação financeira facilitada, o tanto que tiram da sociedade com juros e tarifas cada vez mais exorbitantes. Essa história precisa mudar. A propaganda da responsabilidade social tem de ser torna realidade para bancários e clientes”, diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Concentração total – Não são apenas os ativos que demonstram a forte tendência de concentração no Brasil. No volume de depósitos ela é ainda maior que a dos ativos: 75% do total nos cinco maiores bancos. Há dez anos, era 52,5%. As operações de crédito desse grupo saltaram de 49,2% para 65,5% no mesmo período.