“É preciso mais seriedade e transparência para os nossos questionamentos. Nós analisamos os dados dos relatórios de forma mais aprofundada e em alguns pontos faltam mais informações e, em outros, temos dúvidas da correção dessas informações. Precisamos delas [informações] para buscar uma solução”, afirmou a coordenadora do Conselho de Usuários, Zuleida Martins Rosa.
Um dos pontos de questionamentos do Conselho e entidades representativas é o de que está acontecendo situações delicadas com relação à efetividade dos sistemas, a ponto de as pessoas ficarem de duas a três horas esperando um retorno reabrindo muitas vezes a demanda e sobre os pagamentos de credenciados. “São problemas de ordem administrativa e operacional que precisam ser solucionados. Por isso, precisamos reafirmar a importância do relatório de administração para que, em conjunto com o relatório atuarial nos dê subsídios mais claros”, disse a conselheira Marcia Boiczuk.
Em meados de abril, o Conselho Eleito enviou documento à Vice Presidência de Pessoas (VIPES) para externar a sua preocupação em relação ao processo de reestruturação da área de recursos humanos em curso, em especial sobre a Gerência Nacional de Assistência à Saúde. A preocupação é justificada, pois as pessoas com conhecimento e setores responsáveis pelo funcionamento do Saúde Caixa foram separadas em diversas gerências. O que por certo dificultará o perfeito entrosamento para a gestão do plano de saúde.
Dados – acesso a informações complementares do desempenho do Saúde Caixa e o GT Saúde Caixa
Segundo os representantes da empresa, a Caixa tem disponibilizado as informações para a Ícone – empresa contratada pelas entidades para assessorar o GT Saúde Caixa. Tanto a Ícone, como a Wedan (Consultoria e Assessoria Atuarial – nova empresa contratada pela Caixa) precisam de um tempo para entender quais são as regras e como funciona o plano Saúde Caixa.
As considerações relatadas na última reunião estão sendo consideradas no relatório referente a 2020, que será repassado ao Conselho, tão logo seja concluído.
Outros questionamentos apontados na reunião foram sobre se a Ícone já recebeu os relatórios de administração de 2018 e 2019, os relatórios da Vesting de 2019 e 2020, visto que a Wedan tem uma metodologia diferenciada, sendo importante e necessário que a Ícone tenha acesso também a estes subsídios anteriores para ter uma visão mais abrangente das situações. E ainda sobre a avaliação do relatório atuarial, uma das perguntas foi sobre qual o RH está sendo utilizado e se o RH 227 foi realmente extinto ou tem alguma pendência.
A resposta dada foi a de que o RH 227, que tratava do antigo benefício de assistência à saúde da modalidade reembolso, foi extinto na publicação da nova norma, assim que o plano foi reaberto, em 8 de janeiro de 2021. Com o compromisso de que qualquer pedido recebido de reembolso em função do cadastro antigo, até seis meses do fim da modalidade, será feito o reembolso. O RH hoje, que rege o atual cadastro é o RH 221 – versão 2, que está em fase de atualização para versão 3, em função da mudança da estrutura.
Situação do plano e projeções futuras
O Conselho eleito ponderou sobre o baixo desempenho, ou seja, o fato de os custos do plano permanecerem altos, mesmo que os usuários tenham feito menor uso do mesmo, em virtude da pandemia e, ainda ter, no período passado, as baixas da inflação médica. O déficit de 2020 ficou em R$115.949.617. E as estimativas para os próximos anos não são nada tranquilizadoras, com déficits bem maiores que o do último ano.
“Os conselheiros há tempos pedem que a Caixa apresente pormenorizações da utilização do plano, para terem condições de traçarem estratégias eficientes, que reduzam os custos e melhore o atendimento aos usuários.O Conselho é uma peça chave para ajudar as pessoas a usufruírem bem o seu plano, incluindo a informação correta para avaliar uma possível otimização de gastos”, avaliou Zuleida.
Telemedicina – continuidade no Saúde Caixa De acordo com o Conselho, no ano de 2020, ano atípico, houve uma mudança no atendimento do Plano de Saúde. Um exemplo disso é a teleconsulta. Os representantes dos usuários querem saber o que acarretou/favoreceu no custo. “Isso será uma prática que dificilmente os aposentados vão deixar de utilizar. Mas, precisamos saber quais serão as mudanças significativas nos custos. Pois esperamos e entendemos que serão reduzidos, pois não saímos igual da pandemia, da mesma maneira que entramos”, ressaltou a conselheira Marilde Perin Zarpellon.
Tratamento humanizado – Outro ponto de suma importância mencionado, foi sobre a mudança da qualidade de vida das pessoas do novo século. “Precisamos trabalhar o ‘humanismo’ no atendimento à saúde. A telemedicina surgiu como um canal moderno, mas é preciso pensar na pessoa como um todo, e não em pedaços”, apontou Albucasis de Castro Pereira, médico e especialista em plano de saúde, contratado pela Fenae para assessorar a bancada dos trabalhadores no Conselho de Usuários e no GT Saúde Caixa.
Segundo a Caixa, a telemedicina provavelmente será incorporada ao Saúde Caixa e o seu custo, será avaliado e adequado às necessidades dos usuários.
O Conselho pediu explicações, sobre este atendimento, seu funcionamento a partir do término da pandemia, se será ampliado e seu uso incentivado, principalmente nas regiões mais afastadas, onde os usuários precisam se deslocar por grandes distâncias para obter atendimento médico.
Além disso, os conselheiros eleitos transmitiram aos representantes da empresa as reclamações constantes que têm recebido dos usuários, quanto ao número de descredenciamentos que vem acontecendo nos dois últimos meses, em todos os estados. Com o aumento em torno de 75% no gasto com o plano de saúde, os usuários esperam a melhora do plano, mas o que vem acontecendo é justamente o contrário.
Todos os assuntos levados pelo Conselho na reunião serão analisados e verificados pela Caixa.
Fonte: Contraf-CUT